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16 de dezembro de 2025

Expectativa de diálogo entre Brasil e EUA dá alívio a taxas futuras nesta terça


Por Agência Estado Publicado 23/09/2025 às 18h45
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Os juros futuros recuaram por toda a extensão da curva a termo no pregão desta terça-feira, embalados por perspectivas de melhora na relação com os Estados Unidos, após a aproximação espontânea entre os presidentes Lula e Donald Trump na cúpula de hoje da ONU. Tendo também como suporte recuo mais firme do dólar e dos Treasuries, os DIs apagaram as altas observadas na sessão de ontem.

No fechamento, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 cedeu de 14,028% no ajuste de segunda-feira para 13,990%. O DI para janeiro de 2028 caiu de 13,324% no ajuste a 13,235%. O DI para janeiro de 2029 marcou 13,140%, vindo de 13,226% no ajuste precedente. O DI para janeiro de 2031 diminuiu de 13,409%, no ajuste anterior, para 13,330%.

Em entrevista à GloboNews nesta tarde, Amanda Robertson, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, afirmou que ainda não há detalhes sobre a reunião entre Lula e Trump, que deve ocorrer na próxima semana. Segundo Robertson, a conversa entre os líderes nos bastidores da 80ª Assembleia-Geral da ONU nesta terça foi breve, mas espontânea e positiva, e os presidentes se deram conta de que as nações têm muitos pontos em comum e precisam estreitar laços.

Para Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, o bom comportamento dos DIs hoje teve como componente mais relevante as expectativas em torno de alguma resolução no impasse com os EUA. Os agentes consideram que o tom mais amistoso entre Lula e Trump sinaliza alguma solução para o imbróglio entre os dois países – que, mesmo superado, não traria grandes efeitos positivos para a economia doméstica, pondera Sanchez. “Não teve piora sistemática após o tarifaço, e me parece pouco provável que tenhamos algum incremento por causa de eventual ‘desenrosco'”, disse.

Também nesta tarde, o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, disse que o Fed vai seguir analisando dados sobre a economia, mercado de trabalho e inflação para decidir o nível da política monetária americana. O corte de 0,25 ponto porcentual nos juros foi uma resposta a uma mudança no balanço de riscos entre emprego e inflação, disse o comandante do Fed, com maior fraqueza do primeiro dado – mas, segundo ele, “não há caminho livre de riscos”.

Os juros dos Treasuries acentuaram levemente o ritmo de queda após as falas de Powell, mas as taxas locais mantiveram a mesma intensidade de recuo. Para Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Powell ficou “em cima do muro”, mas pareceu dar maior peso aos riscos baixistas para o emprego. “Na parte de inflação, parece haver uma preocupação com as tarifas, mas ele parece estar mais de olho nas expectativas ancoradas”, afirmou.

Com as atenções voltadas aos EUA, a ata do Copom, divulgada mais cedo, foi ofuscada. O comitê destacou novamente a incerteza em relação ao cenário externo e, no âmbito doméstico, vê moderação do crescimento, mas um mercado de trabalho ainda aquecido. A política fiscal seria fator de risco adicional, enquanto as expectativas inflacionárias seguem desancoradas em todos os prazos, ainda que haja melhora recente em horizontes mais curtos. Esse quadro, para o Copom, corrobora que é preciso manter os juros em nível restritivo por mais tempo.

Diretor de pesquisa econômica do banco Pine, Cristiano Oliveira avalia que a ata preservou o viés hawkish, sem “qualquer sinalização” de alívio da política monetária no curto prazo. Em sua visão, o documento trouxe alguns trechos que permitem leitura “marginalmente menos dura” em comparação ao comunicado que acompanhou a decisão de manter a Selic, mas a mensagem central segue restritiva.

“Nesse contexto, acreditamos que a curva de juros seguirá precificando o início do ciclo de flexibilização apenas no primeiro trimestre de 2026”, afirma Oliveira. Para ele, porém, o Copom terá condições técnicas de reduzir a Selic ainda este ano.

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