Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso site, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao acessar nosso portal, você concorda com o uso dessa tecnologia. Saiba mais em nossa Política de Privacidade.

29 de dezembro de 2025

FSem atuação do BC, dólar volta a subir com exterior e fecha a R$ 6,1931


Por Agência Estado Publicado 27/12/2024 às 19h10
Ouvir: 00:00

Sem leilões do Banco Central (BC), o mercado de câmbio voltou a acompanhar no Brasil o movimento de valorização do dólar frente às moedas de economias emergentes. Dados fracos da indústria na China, principal destino das commodities industriais, e a alta leve nos juros pagos pelos Treasuries sustentaram mais um dia de fortalecimento da moeda americana no mundo.

Já entre as explicações domésticas ao comportamento do câmbio nesta sexta-feira, operadores citam fatores técnicos, relacionados à rolagem de contratos cambiais futuros, e remessas ao exterior de lucros e dividendos de investimentos no Brasil. A desaceleração da inflação, mostrada pela leitura de dezembro do IPCA-15, ajudou a aliviar a pressão sobre os juros no curto prazo, porém de forma contida porque a leitura qualitativa do índice segue ruim, com os serviços subjacentes avançando.

O mercado de trabalho apertado, como confirmado pela taxa de desemprego em 6,1%, o menor nível da série estatística de 12 anos, também reforçou a leitura de que o Banco Central (BC) terá de ser mesmo firme para buscar a convergência da inflação à meta. Porém, a tendência de juros mais altos no Brasil não ajudou a impulsionar o real, dado o olhar dos investidores para os riscos fiscais, agravados pela possibilidade de a crise das emendas prejudicar o andamento no Congresso da agenda econômica, que inclui o orçamento do ano que vem.

Assim, após bater a máxima de R$ 6,2154 e marcar valorização de 0,58% nos dez primeiros minutos do pregão, o dólar teve uma breve queda ainda na primeira hora da sessão. Chegou a R$ 6,1712 (-0,13%), a mínima do dia, sob a influência da primeira coleta de taxas para a formação da Ptax diária, a penúltima de 2024. No resto do pregão, no entanto, voltou ao terreno positivo, com a moeda americana marcando alta de 0,22%, a R$ 6,1931, no fechamento desta sexta-feira.

Economista-chefe da Monte Bravo, Luciano Costa comenta que, sem injeção de liquidez do BC, o desempenho do real ficou mais próximo de seus pares emergentes. Ele observa que, à medida que a posse de Donald Trump nos Estados Unidos se aproxima, as moedas desses países tendem a refletir cada vez mais a perspectiva das tarifas prometidas pelo futuro presidente. “Além disso, a dúvida fiscal continua presente. O mercado aguarda o anúncio pelo governo de mais medidas de ajuste.”

Segundo o economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, o mercado, que vem mostrando forte aversão a risco, não acredita em recuperação consistente do real, dada a perspectiva de elevação da dívida pública. Ele cita uma percepção de investidores de que os juros não vão ter tanta eficácia para reduzir inflação, dado o repasse cambial, de forma que, entende, será necessário que o BC venda mais dólares.

“A dominância fiscal entrou no radar, deixando o dólar sob pressão. Sem apoio razoável no Congresso, em meio ao impasse das emendas, o governo vai ter mais dificuldade de aprovar medidas fiscais. Então, se não houver um choque fiscal muito forte, capaz de estabilizar a divida, não há razão para o dólar cair”, afirma Velho.

Pauta do Leitor

Aconteceu algo e quer compartilhar?
Envie para nós!

WhatsApp da Redação

Comentar

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Economia

Governo brasileiro suspende emissão de vistos a trabalhadores da BYD


O governo brasileiro suspendeu a concessão de novos vistos temporários para trabalhadores chineses que atuam na construção da fábrica da…


O governo brasileiro suspendeu a concessão de novos vistos temporários para trabalhadores chineses que atuam na construção da fábrica da…

Economia

Secretária do Tesouro diz ao Congresso que EUA podem atingir limite da dívida em janeiro


A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, disse que a instituição precisará começar a tomar “medidas extraordinárias” ou…


A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, disse que a instituição precisará começar a tomar “medidas extraordinárias” ou…

Economia

Em recuperação judicial e com dívidas de R$ 44,3 bilhões, Oi vende ativos para IHS Brasil


A Oi fechou contrato com IHS Brasil para venda de uma Unidade Produtiva Isolada (UPI) que reúne imóveis e torres….


A Oi fechou contrato com IHS Brasil para venda de uma Unidade Produtiva Isolada (UPI) que reúne imóveis e torres….