A história de Debbie Stevens, uma mulher de 47 anos de Nova York, reacendeu a indignação nas redes sociais ao expor uma situação de aparente abuso de poder no ambiente de trabalho. Em um gesto de solidariedade, Debbie doou um de seus rins para salvar a vida de sua chefe, Jackie Brucia. Contudo, ao invés de gratidão, ela afirma que foi demitida.
Debbie alega que Jackie Brucia, sua chefe, a utilizou como “plano B” para a doação, sugerindo que já possuía outro doador em mente. Segundo documentos apresentados à Comissão de Direitos Humanos, Debbie se dispôs a doar seu rim caso houvesse complicações com o doador original. A história se desenrolou quando, após deixar o emprego para se mudar para a Flórida, Debbie retornou a Nova York e pediu para ser recontratada. Jackie aceitou e, pouco tempo depois, revelou que o doador inicial havia sido recusado, perguntando a Debbie se ela aceitaria ser a nova doadora.
“Eu respondi ‘é claro’. Ela era minha chefe. Eu a respeitava. É quem eu sou. Eu não queria que ela morresse”, relatou Debbie.
Apesar de os exames indicarem que Debbie não era compatível, os médicos sugeriram que, ao doar seu rim a outra pessoa, Jackie poderia subir na lista de espera. Debbie aceitou essa condição e realizou a cirurgia. “Eu senti que estava dando a vida de volta a ela”, disse Debbie ao relembrar o episódio.
Mulher que doou rim para a chefe e foi demitida após tirar licenças médicas
Após a cirurgia, Debbie retornou ao trabalho enquanto Jackie ainda estava se recuperando. Logo, ela começou a sentir os efeitos físicos do procedimento e precisou tirar três dias de licença médica. Durante esse período, Jackie retornou e questionou sua ausência.
“Ela perguntou ‘por que você não está no trabalho?’. Eu disse a ela que não me sentia bem e ela me disse que eu não poderia ir e vir como quisesse, porque as pessoas pensariam que eu estava ganhando um tratamento especial”, contou Debbie.
A situação se agravou quando Debbie voltou ao trabalho, enfrentando humilhações públicas, inclusive transferências para uma unidade da empresa localizada em uma área perigosa e distante de sua residência.
Diante das condições, Debbie buscou ajuda psicológica e o apoio de um advogado, que notificou a empresa sobre seu estado de saúde. Pouco depois do envio desse documento, ela foi demitida.
O caso chamou a atenção da mídia nos Estados Unidos, com o New York Post tentando contatar a empresa e Jackie Brucia, sem sucesso. A chefe se recusou a comentar a situação, mas foi vista em público em uma limousine com champanhe, o que gerou ainda mais indignação.
“Eu decidi doar meu rim para minha chefe, e ela pegou meu coração”, desabafou Debbie.
De acordo com o portal Medium, depois de várias rodadas de depoimentos e investigações, ambas as partes decidiram chegar a um acordo em 30 de setembro de 2014. A resolução, no entanto, não dissipou a revolta que a história provocou na opinião pública.
Repercussão nas redes sociais
A história de Debbie Stevens, que ocorreu em 2011, voltou a circular recentemente nas redes sociais, reacendendo a discussão sobre limites de ética e poder nas relações de trabalho. O caso tem gerado apoio a Debbie, com usuários questionando as condições enfrentadas por funcionários que, mesmo após gestos extraordinários, não encontram reciprocidade de seus empregadores.
A ampla repercussão nas redes sociais levanta questões importantes sobre como o ambiente de trabalho pode afetar profundamente a vida dos empregados e o impacto da falta de ética nas relações profissionais.