Acidentes com escorpiões aumentam; risco é maior em crianças


Por Redação GMC, Folhapress

Após notar aumento no número de ocorrências, o Ministério da Saúde emitiu um alerta sobre os riscos da picada de escorpiões. Em parceria firmada com o Instituto Butantan, o governo federal pretende orientar profissionais da saúde e prefeituras sobre como evitar a proliferação do aracnídeo.

Em 2016 foram notificados 91.701 casos no país. Desses, 120 morreram. Em 2017, o número de registros subiu para 124.903 (uma alta de 36,2%) e o de mortes para 143 (crescimento de 19%).

Em 2018, até setembro, 90.382 pessoas já haviam sido picadas por escorpiões, segundo dados do Ministério da Saúde. O número de óbitos ainda não foi fechado.

Em Maringá, de janeiro até 21 de dezembro de 2018, a Secretaria Municipal de Saúde recebeu 1.244 reclamações de presença de escorpiões. Segundo a pasta, 666 escorpiões foram capturados.

A capital também registrou aumento de acidentes envolvendo escorpiões. Segundo a Covisa (Coordenadoria de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal da Saúde), até 21 de dezembro deste ano, 248 pessoas foram picadas. O bairro de Brasilândia (zona norte), foi o que apresentou o maior número de casos.

Em 2017, foram 218 ocorrências e, em 2016, 180. O último óbito por picada de escorpião na capital foi registrado em 2015.

Para o aracnólogo do Instituto Butantan, Rogério Bertani, o escorpião foi se adaptando a viver próximo ao homem. “A espécie amarela está se tornando cada vez mais um problema urbano. O escorpião consegue viver, por exemplo, em galerias de águas pluviais, que estão espalhadas por toda cidade.”

Segundo Bertani, o combate ao escorpião é difícil, pois não há inseticida eficaz. “Ele se esconde quando percebe produto químico.” O aracnólogo ainda explica que o verão é a época de maior incidência de picadas, pois os escorpiões são obrigados a deixar seus esconderijos.

“Com o calor, as presas que o escorpião gosta de capturar, como baratas e pequenas aranhas, ficam mais ativas. Além disso, as fortes chuvas de verão ajudam a desalojá-los.”

Risco maior em crianças

As mortes por envenenamento causado por picada de escorpião são mais comuns em crianças. Segundo os especialistas, a maioria dos acidentes desse tipo é causada pelo escorpião Tityus serrulatus (o amarelo).

“A picada de escorpião é muito perigosa para crianças abaixo de sete anos, pois o veneno é bastante potente. A dica para quem mora em áreas de infestação, é colocar em cada pé da cama ou do berço um frasco de vaselina ou óleo de cozinha para impedir que ele suba”, explica Rogério Bertani.

O especialista ainda recomenda que lanternas com lâmpadas ultravioletas sejam usadas para iluminar cômodos da casa. “O escorpião tem uma substância na pele que faz com que fique fluorescente. Assim, ele fica visível à noite.”

Vídeos para orientar agentes

O Ministério da Saúde firmou uma parceria com o Instituto Butantan para a produção de material educativo sobre escorpiões. No formato de videoaulas, o conteúdo será destinado a profissionais e agentes de saúde, além da população em geral, com foco na vigilância, prevenção e assistência de pacientes.

Atualmente, o projeto está em fase de finalização e a previsão é que seja iniciado em 2019.

Dos 13 tipos de soros que o Instituto Butantan produz, oito são para casos de envenenamento por serpentes, aranhas, escorpiões e lagartas. O próprio veneno do escorpião é utilizado na produção do soro. Os soros são entregues ao Ministério da Saúde, responsável pela distribuição aos municípios.

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