27 de junho de 2025

IBGE: cai número de jovens que não estudam nem trabalham

A pesquisa também mostra aumento no grupo de jovens que conciliam trabalho com estudo ou cursos de qualificação.


Por João Victor Guirado Publicado 15/06/2025 às 08h37
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O Brasil registrou uma queda significativa na proporção de jovens de 15 a 29 anos que não estudam, não trabalham e não estão em cursos de qualificação profissional. 

Segundo dados divulgados nesta sexta-feira (13) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), esse grupo representava 18,5% da população jovem em 2024, frente aos 19,8% registrados em 2023.

Essa é a menor taxa da série histórica da pesquisa, que passou por atualização em 2019. Até então, o indicador jamais havia ficado abaixo de 19%. 

O IBGE atribui a redução principalmente ao “bom desempenho do mercado de trabalho no último ano, que favoreceu a inserção dos jovens em ocupações formais e informais”.

Leia também: IA já é capaz de antecipar respostas humanas em pesquisas, diz estudo da UFRJ.

Queda é destaque em nova edição da Pnad Contínua

Os dados fazem parte do módulo de educação da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), principal levantamento sobre condições sociais e econômicas no país. 

Desde o início da série, em 2019, a proporção de jovens, principalmente da geração Z, fora do trabalho e dos estudos já apresentou tendência de queda, com 22,4% naquele ano e 20% em 2022. A pesquisa não teve coleta desses dados em 2020 e 2021, devido às restrições impostas pela pandemia de Covid-19.

Redução representa quase 700 mil jovens a menos nessa situação

Em números absolutos, a quantidade de jovens “fora do radar” caiu de 9,6 milhões em 2023 para 8,9 milhões em 2024. Essa redução de quase 700 mil jovens equivale a uma população semelhante à do estado do Pará, que possui cerca de 9 milhões de habitantes, segundo estimativas da própria Pnad. 

Embora o termo “nem-nem” (referente a quem nem estuda, nem trabalha) seja comumente usado em pesquisas, o IBGE evita esse rótulo por considerar que ele pode ser depreciativo.

Cresce o número de jovens que estudam e trabalham 

A pesquisa também mostra aumento no grupo de jovens que conciliam trabalho com estudo ou cursos de qualificação. Essa parcela passou de 15,3% em 2023 para 16,4% em 2024, o que representa uma elevação de 7,4 milhões para 7,9 milhões de pessoas nessa condição.

Esse crescimento indica não só o aumento da inserção produtiva da juventude, como também uma possível valorização da educação como ferramenta de ascensão profissional, especialmente em um cenário em que a experiência prática e o aprendizado contínuo se tornam cada vez mais necessários.

Grupo que só trabalha também teve leve crescimento

Outra parcela que ganhou participação foi a dos jovens que trabalham, mas não estão estudando ou se qualificando. Esse grupo subiu de 39,4% para 39,9% entre 2023 e 2024, passando de 19,1 milhões para 19,2 milhões de pessoas. 

A tendência revela que muitos jovens estão buscando estabilidade no mercado de trabalho, ainda que isso implique a pausa nos estudos formais.

Número de estudantes sem ocupação caiu levemente

Já o grupo de jovens que estudam ou se qualificam, mas ainda não estão no mercado de trabalho, apresentou leve recuo. Essa proporção caiu de 25,5% em 2023 para 25,3% em 2024, o que representa uma redução de cerca de 12,4 milhões para 12,1 milhões de jovens.

Embora o número não represente uma queda drástica, ele reforça a importância de políticas públicas que incentivem a transição da escola para o mercado de trabalho, especialmente com foco em jovens de baixa renda ou em situação de vulnerabilidade.

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