China comprou cidade brasileira de 8 mil habitantes por R$ 9 trilhões? Saiba mais sobre o negócio trilionário
O pacato município de Mataraca, localizado no interior da Paraíba, com 8,2 mil moradores, foi recentemente alvo de um ambicioso projeto vindo da China, que prometia transformar a região em um centro global de desenvolvimento. Isso poque um investimento de impressionantes R$ 9 trilhões, vindo de um grupo chinês, planejava transformar o município em uma metrópole futurista e com (pasmem!) 3 milhões de habitantes. Mas afinal, a China comprou a cidade brasileira Mataraca?
Mataraca tem 182,439km², segundo dados atualizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2022. A cidade é conhecida por sua economia diversificada, que inclui o turismo e a mineração de titânio, um mineral altamente valorizado no mercado internacional. A região de Mataraca foi selecionada após comparativos com outras três áreas da Paraíba: Baía da Traição, Lucena e Pitimbu. Mataraca se destacou por oferecer as melhores condições marítimas, incluindo profundidade próxima à costa, relevo favorável e excelente potencial logístico.
Diante dessas cacarcterísticas, um grupo chinês planejava investir R$ 9 trilhões na cidade. O valor seria 120 vezes maior que o PIB de todo o estado da Paraíba e quase equivalente ao PIB brasileiro. Além disso, o valor trilionário representava 450 vezes o orçamento da Paraíba previsto para 2024, que é de cerca de R$ 20 milhões.
Em 11 de dezembro de 2023, autoridades locais e representantes do governo federal assinaram um protocolo de intenções que dava início à transformação de Mataraca. O grupo de investidores planejava construir o porto de Mataraca em uma área localizada entre as praias da Barra do Camaratuba e do Guaju. O projeto será no estilo “offshore”, ou seja, uma estrutura “extra margem” que não estará diretamente conectada à terra firme. Um exemplo semelhante no Nordeste é o porto de Pecém, no Ceará.
A futura cidade internacional de Mataraca incluiria unidades residenciais, comerciais, industriais, além de serviços como lazer, universidades, escolas, porto, hospitais, estádios, ginásios, prédios públicos, clínicas, comércios, shopping centers, indústrias, e modernos meios de transporte, incluindo metrô e agricultura de ponta.
A previsão é que a construção iria gerar mais de 100 mil empregos diretos e indiretos. Já em operação, tanto o porto quanto a cidade futurística empregariam um número incalculável de pessoas.
No entanto, o projeto logo se envolveu em controvérsias. Investigações conduzidas pelo Ministério Público da Paraíba levantaram suspeitas de irregularidades no investimento trilionário. A promotora Ellen Veras Ximenes solicitou à Prefeitura de Mataraca relatórios detalhados e documentos firmados com o grupo chinês. As investigações revelaram possíveis irregularidades, como a falta de clareza sobre a obtenção dos recursos, a inexistência da empresa como entidade oficial na China e a suspeita de que o projeto poderia ser uma cópia de um plano para a cidade chinesa de Shenzhen.
Grupo da China não comprou cidade a cidade brasileira de Mataraca; veja que fim levou o projeto trilionário
Diante das suspeitas, o grupo chinês decidiu cancelar o investimento em Mataraca. O representante do grupo, se recusou a fornecer detalhes sobre os consórcios envolvidos e a origem dos recursos, levantando ainda mais dúvidas sobre a legitimidade do projeto.
Assim, Mataraca, cidade brasileira que seria comprada pela China e que estava prestes a se tornar um dos principais polos de desenvolvimento global, viu seus sonhos interrompidos.
Com informações do g1 e Metrópoles, parceiro do GMC Online