03 de maio de 2025

Cientistas chineses criaram camundongos com DNA de dois machos


Por Agência Estado Publicado 31/01/2025 às 12h48
Ouvir: 03:26

A partir da manipulação de células-tronco embrionárias, cientistas chineses criaram em laboratório camundongos com dois pais que conseguiram chegar à idade adulta. Ou seja, os roedores nasceram com o DNA de dois machos – e não de um macho e uma fêmea, como costuma ser. O novo trabalho, publicado na revista científica Cell Stem Cell, é um avanço importante na engenharia genética dos mamíferos, nas palavras dos pesquisadores envolvidos.

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Foto: Reprodução/Agência Brasil

Trata-se de um passo significativo na Medicina Regenerativa, que envolve a criação de tecidos e órgãos personalizados para substituição, e também na compreensão da herança genética. É importante ainda para a recriação de animais criticamente ameaçados de extinção em laboratório.

O novo estudo teve como alvo um grupo de genes usados na reprodução para criar filhotes de dois camundongos machos, em vez de um macho e uma fêmea, – num processo chamado de reprodução unissexual.

Enquanto os mamíferos se reproduzem apenas por meio do sexo, outros vertebrados, incluindo alguns répteis, anfíbios, aves e peixes usam a reprodução unissexual. Essa reprodução envolve um fenômeno conhecido como partenogênese, em que um embrião se forma a partir de um ovo que não foi fecundado.

Os cientistas partiram de um óvulo do qual havia sido previamente retirado o núcleo (que, no caso, continha o DNA da fêmea). O núcleo foi preenchido por DNA de camundongos machos e, posteriormente, o óvulo foi fertilizado por espermatozoide da mesma espécie.

Além disso, os cientistas editaram um grupo de genes que, normalmente, funcionam como uma espécie de “cadeado”, impedindo que os mamíferos tenham uma reprodução unissexual. Com os genes devidamente “desligados”, abriu-se o caminho para a criação de filhotes de dois pais.

Com a ajuda de camundongos fêmeas que serviram como “barriga de aluguel”, os cientistas obtiveram 1.081 embriões. Desse total, apenas 12% sobreviveram ao parto – taxa muito mais baixa do que a normal da espécie. Só 84 machos e 50 fêmeas sobreviveram aos primeiros dias, sendo que mais da metade morreu antes de atingir a idade adulta.

Todos apresentavam problemas de desenvolvimento, tinham expectativa de vida mais baixa e eram estéreis – ou seja, não poderiam se reproduzir.

“Os camundongos com dois pais apresentaram desordens de desenvolvimento, entre elas deformidades craniofaciais”, explicou um dos autores do estudo, Guan-Zheng Luo, da Universidade Sun Yat-sen. “Os camundongos também tinham anormalidades comportamentais.”

Os pesquisadores explicaram que o trabalho é essencialmente focado em modelos animais e que não há nenhum plano de estendê-lo para modelos humanos.

As informações são da  Agência Estado.

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