Ao planejar um pomar ou jardim residencial, é comum que moradores escolham árvores frutíferas para deixar o ambiente mais bonito e desfrutar de frutas frescas colhidas diretamente do pé. No entanto, algumas espécies de frutíferas, apesar de populares, não são indicadas para quintais residenciais. Essas árvores podem representar perigos, desde riscos estruturais até problemas de saúde, tornando-se um verdadeiro pesadelo para quem busca praticidade e segurança. Confira abaixo quais árvores frutíferas evitar no quintal e os motivos pelos quais elas podem causar transtornos. A lista foi elaborada com auxilio da engenheira agrônoma e mestre em Fruticultura Tropical, Mirian Maretti.
1. Bananeira
O pseudocaule é úmido, podendo atrair cobras e caramujos. Produz grande quantidade de palha, que pode abrigar escorpiões e acumular água parada, favorecendo a proliferação de mosquitos da dengue. Além disso, a palha também causa sujeira, e a planta pode atrair pernilongos, dificultando a manutenção do quintal.
2. Mangueira
A queda das mangas pode causar acidentes, atingindo pessoas, animais e bens materiais, além de deixar o piso escorregadio, aumentando o risco de quedas. As raízes profundas podem provocar rachaduras em pisos e calçadas. O grande porte da árvore exige podas regulares, o que pode gerar gastos altos.
3. Amoreira
As amoreiras são conhecidas por suas frutas saborosas, mas elas podem se tornar um verdadeiro incômodo em jardins. A principal queixa é com relação aos frutos que caem no chão e mancham pisos. As manchas roxas das amoras são difíceis de remover, o que torna a manutenção do espaço uma tarefa complicada.
4. Jaqueira
A jaqueira é uma árvore robusta, que atinge proporções gigantescas. Seu cultivo em áreas urbanas é desaconselhado, tanto pelo seu porte quanto pelo tamanho de seus frutos, que podem pesar mais de 30 kg. Além do risco de acidentes com a queda das jacas, a árvore atrai insetos e emite um odor forte, especialmente quando os frutos começam a se decompor.
5. Abacateiro
Com altura que pode alcançar 15 metros, o abacateiro apresenta riscos de acidentes com a queda dos frutos, podendo danificar telhados e carros, além de causar ferimentos em pessoas. A árvore perde muitas folhas, o que gera sujeira e necessidade de manutenção constante, além de gastos com podas devido ao seu tamanho.
6. Mancenilheira
A mancenilheira é uma das árvores mais perigosas do mundo, e deve ser absolutamente evitada em qualquer área residencial. Sua seiva, folhas e frutos são altamente tóxicos, podendo causar queimaduras graves na pele. O simples contato com a árvore pode resultar em reações alérgicas severas, e ingerir seus frutos, conhecidos como “maçãs da morte”, pode ser fatal. Além disso, até mesmo a chuva que escorre de suas folhas pode ser venenosa. Essa árvore, nativa da América Central e Caribe, representa um sério risco para a saúde humana e animal, sendo um grande perigo em qualquer ambiente habitado.
7. Maracujazeiro
Atrai insetos, incluindo abelhas e mamangavas, o que pode ser perigoso para pessoas alérgicas. Do mesmo modo, espalha-se com facilidade, invadindo telhados e muros e chegando às propriedades vizinhas. Atrai lagartas e solta muitas folhas, causando sujeira.
8. Parreira de Uva
Precisa de estrutura forte para suportar o peso dos cachos. A planta se espalha rapidamente, podendo invadir telhados, aparelhos de ar-condicionado e cercas, além de ultrapassar muros e atingir áreas vizinhas. Também necessita de podas frequentes e limpeza constante devido à queda de folhas.
9. Coqueiro
Os frutos do coqueiro são pesados e, se caírem, podem causar acidentes, atingindo pessoas ou veículos. Embora ofereça uma aparência tropical, não é indicado para locais próximos a áreas de lazer, como piscinas, devido ao risco de quedas.
Dicas de árvores frutíferas seguras para ter em casa
A engenheira agrônoma Mirian Maretti aponta que há várias espécies de árvores frutíferas ideais para cultivo em quintais, jardins, canteiros e até vasos. Ela ressalta que, para garantir o bom desenvolvimento da planta, é fundamental que o ambiente seja bem arejado e tenha a luminosidade adequada à espécie escolhida.
Entre as melhores opções para cultivo em vasos estão jabuticaba, mirtilo, romã, acerola, limão siciliano, pitanga, lichia, abacaxi e goiaba. Essas espécies se adaptam bem a espaços menores e tornam a colheita prática, permitindo o acesso direto ao fruto. Além disso, são fáceis de manusear e de podar, com o uso de tesouras adequadas.
O morango, por sua vez, ganha um toque especial quando cultivado em vasos suspensos, sendo ideal para varandas e sacadas. Ele se adapta bem nesses locais, agregando charme e funcionalidade ao ambiente.
Maretti destaca ainda que, entre as frutíferas cultivadas em vasos, a acerola e a jabuticaba são as que frutificam mais rapidamente, com até três safras anuais. Para garantir uma produção saudável, a irrigação é essencial sempre que a terra estiver ligeiramente seca. No verão, a rega deve ser feita de três a quatro vezes por semana, enquanto no inverno, duas vezes por semana são suficientes.
Outro ponto importante é o espaço necessário para o crescimento das raízes, que devem ter o suporte ideal para absorver a água e os nutrientes do solo. Para isso, o vaso precisa ser cerca de 10 centímetros mais largo que o torrão da muda.
Seguindo essas recomendações, é possível desfrutar de frutíferas produtivas o ano inteiro, mesmo em ambientes compactos.