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27 de novembro de 2024

Essa cidade brasileira pode deixar de existir após ser ‘engolida’ por crateras; ‘se transformaria em um vale’


Por Redação GMC Online Publicado 16/07/2024 às 16h37
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Há três décadas, os moradores de Buriticupu, no Maranhão, vivem sob constante apreensão devido ao surgimento de enormes crateras, conhecidas como voçorocas, que ameaçam a existência do município. Segundo informações do g1, o avanço dessas erosões tem potencial para engolir a cidade, que pode deixar de existir.

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Avanço de erosões tem potencial para engolir a cidade, que pode deixar de existir. Município se transformaria, por exemplo, em um vale. Foto: TV Globo/Reprodução

Nos últimos 30 anos, cerca de 70 residências foram destruídas pelas crateras, resultando em sete mortes. Atualmente, 26 voçorocas cercam a cidade, algumas medindo até 600 metros de extensão e 80 metros de profundidade. Sem soluções à vista, a situação se agrava dia após dia.

Pesquisadores alertam que, sem intervenções eficazes, Buriticupu pode se transformar em um vale ou área plana rebaixada.

Os moradores atribuem o problema das voçorocas ao início da cidade em 1980, marcada por uma ocupação desordenada e intensa extração irregular de pedras e madeira. A falta de cobertura do solo contribuiu para o surgimento das crateras, que crescem exponencialmente durante as temporadas de chuva. Atualmente, 180 casas estão em risco em Buriticupu.

As voçorocas são fenômenos geológicos que surgem como pequenas fendas no solo, geralmente provocadas pela força da água da chuva. As fendas chegam ao nível de voçorocas quando atingem o lençol freático. É o que está acontecendo hoje em Buriticupu.

Segundo especialistas, o desmatamento, a ocupação desordenada, o relevo e o solo arenoso são os principais fatores que contribuíram para o surgimento e avanço dos buracos gigantes. No total, são ao menos 26 buracos gigantes que avançam sobre a cidade e tiram o sono dos moradores.

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Foto: Corpo de Bombeiros

Calamidade pública

Em março de 2023, a Defesa Civil Nacional decretou estado de calamidade pública em Buriticupu. O Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional prometeu auxílio para solucionar o problema. No entanto, moradores relatam que apenas medidas paliativas foram implementadas em áreas críticas, enquanto regiões como o Residencial Eco Buriti continuam a ser engolidas pelas voçorocas.

Em nota, o governo federal informou que, em 8 de fevereiro de 2024, foi estabelecido um convênio de R$ 11.220.347,48 para ações de recuperação em Buriticupu. A primeira parcela, de R$ 3.366.104,24, foi transferida em 27 de março para a reconstrução de 89 unidades habitacionais. Contudo, o processo ainda está em execução.

A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec) mencionou que, em março de 2023, foram repassados R$ 687 mil para a aquisição de materiais de assistência humanitária às famílias afetadas pelo avanço das voçorocas.

A reportagem do g1 tentou contato com a prefeitura de Buriticupu para esclarecimentos sobre a ausência de obras e a aplicação dos recursos federais destinados ao combate das voçorocas, mas não obteve resposta.

Em abril, a prefeitura informou que os recursos foram direcionados para assistência emergencial e a construção de 89 casas populares para as famílias afetadas. Afirmou também que a obra foi licitada e que aguarda novos recursos federais para obras emergenciais de drenagem das crateras.

Com informações do g1 e NSC Total

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