Estudo mostra a importância do uso de máscara mesmo entre vacinados

Um estudo que mostra a importância do uso de máscara mesmo entre vacinados foi realizado em julho no estado americano de Massachusetts, que tem 70% da população vacinada com as duas doses da vacina contra o coronavírus.
Nas férias de verão, muita gente viajou e se contaminou nas localidades onde a taxa de transmissão do coronavírus era mais alta.
A vacina protegeu contra casos graves e mortes, mas não evitou contágios e nem reduziu a carga viral. Os pesquisadores entenderam a partir daí que o uso de máscaras em ambientes fechados, não pode ser dispensado por enquanto, mesmo para os vacinados.
É o que diz o cardiologista Afonso Shiozaki, doutor em ciências. “Eles acabaram constatando que mesmo com essa alta proporção de pacientes vacinados com as duas doses, quando houve um deslocamento dessa população nas férias de verão deles, uma parte dessa população acabou pegando covid. Lembrando que não tem vacina que é 100%”, afirma.
“O mais importante é que não teve nenhuma morte nessa população […], mas o que acabou acontecendo é que a taxa de transmissão e a carga viral de quem já estava vacinado era igual de quem não estava vacinado. Demonstrando assim que a vacina teve seu papel no intuito de tentar evitar mortes e casos graves, mas as pessoas continuam transmitindo”, explica Shiozaki.
“E, a partir dessa observação, o CDC americano [Centro de Controle e Prevenção de Doenças] […] está revendo, realmente, a recomendação do uso de máscara, que estava liberado para pessoas totalmente vacinas, e agora eles estão pensando, realmente, em voltar à obrigatoriedade no uso de máscaras em ambiente fechado”, completa o médico.
O médico explica que a vacina contra o coronavírus, que é intramuscular, acorda o nosso sistema imunológico, que passa a produzir anticorpos neutralizantes, criando barreiras, primeiro nos tecidos, depois nas células.
Mas o vírus entra pelo sistema respiratório. É aí que o coronavírus tem a primeira replicação. E por isso, mesmo vacinada, a pessoa continua transmitindo o vírus.
Para que a transmissão seja interrompida, é necessário que o vírus deixe de circular. E isso só deve acontecer quando mais de 70% da população estiver vacinada com as duas doses.
“A vai precisar que a imunidade comunitária da população realmente seja muito efetiva […]. No Brasil, a gente está conseguindo uma primeira dose de imunidade de 70%, mas só lembrando que a constatação dos trabalhos contra a variante delta, que é a que está se espalhando pelo mundo inteiro, uma dose só de vacina não foi eficaz. Ela deixou muito a desejar”, aponta o cardiologista.
“Então, é preciso, realmente, que a segunda dose esteja completa se a partir do momento que mais de 70% a população estiver vacinada com a segunda dose, a partir daí, então, pode se pensar em tirar as máscaras em ambiente fechado, mas ainda é muito cedo para a gente andar sem máscara, mesmo vacinado”, complementa Shiozaki.
O uso de máscaras em ambientes públicos em Maringá é obrigatório. A multa para quem não utiliza o acessório é de R$ 1 mil.
