Galinhas gigantes botam ovos que custam R$ 2 mil a dúzia; conheça


Por Redação GMC Online

O universo das aves é fascinante, e um exemplo disso é o alto valor dos ovos de algumas raças. No Brasil, a galinha Índio Gigante é um destaque, com uma dúzia de seus ovos podendo custar entre R$ 150 e R$ 2,1 mil. Esse preço elevado desperta curiosidade, principalmente quando comparado aos ovos caipiras vendidos no varejo. Mas, o que justifica tamanha diferença de preço dos ovos das galinhas gigantes?

Galinhas gigantes e seus ovos. Foto: Divulgação/Fazenda Galo Gigante

Ao Globo Rural, Elsio Figueiredo, pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, explica que o processo de produção dos ovos Índio Gigante é completamente diferente das granjas convencionais. “O consumidor que adquire os ovos de mesa produzidos por granjas profissionais vê incluído no valor da dúzia a ração feita em uma fábrica própria, insumos comprados em grande escala, animais com pouco peso e logística otimizada”. Já os ovos Índio Gigante são fertilizados e produzidos em pequena escala por produtores artesanais, o que torna o processo mais caro e menos eficiente em termos de custos.

Carlos Lúcio de Souza, engenheiro de produção e produtor rural na Fazenda Galo Gigante, em Baldim (MG), lembra que a criação dessa raça exige cuidados especiais. “A Índio Gigante é cara, e isso não inclui só ovos, mas a ave em si. Pela complexidade de realizar o processo de cruzamento, o custo é mais elevado. Sem contar que nem todos os ovos vão dar uma ave bonita e grande. Alguns são refugo. Eu diria que, de 100 pintinhos, apenas 10% irão se tornar aves de grande valor”, ressalta.

Galinhas gigantes: Diferenças físicas e características da raça

A galinha Índio Gigante se destaca não apenas pelo valor de seus ovos, mas também por suas características físicas. Enquanto uma galinha comum atinge cerca de 70 cm de altura, as fêmeas Índio Gigante medem em média 90 cm, e os machos podem chegar a impressionantes 1,25 metros. Em termos de peso, os galos podem pesar entre 6 a 8 quilos, enquanto as fêmeas chegam a 4 ou 5 quilos, superando em 2 quilos a média das poedeiras tradicionais.

Rubens Braz, engenheiro agrônomo e avicultor na Avicultura Gigante, empresa localizada em Formosa (GO) descreve as peculiaridades da raça ornamental. “A raça, consideradas tranquilas, nada agressivas e de fácil adaptação, apresenta pernas e pescoço longos, postura ereta, corpo alongado e mais fino e plumagem que varia entre penas pretas, brancas, vermelhas e cinzas. O tamanho é o que mais chama atenção”.

Foto: Divulgação/Avicultura Gigante

Embora os ovos Índio Gigante sejam nutricionalmente semelhantes aos caipiras, eles raramente são destinados ao consumo, a menos que apresentem defeitos estruturais, como cascas finas ou quebradas. Isso ocorre porque a maior parte da produção se concentra na criação de aves ornamentais de alto valor.

Um mercado voltado para a criação e ornamentação

Originalmente, o objetivo da modificação genética da raça Índio Gigante na Ásia era criar uma ave de abate. Contudo, com o passar do tempo, a raça tornou-se ornamental, sendo valorizada principalmente pela estética. De acordo com Rubens Braz, não é comum encontrar carne dessa raça em supermercados. Além, disso, o mercado para esse tipo de produto é restrito a pequenas propriedades rurais e feiras.

A criação e comercialização de aves Índio Gigante representa um nicho no agronegócio, atraindo cada vez mais criadores interessados nas características únicas dessa raça e no potencial de valorização do produto, seja pelas aves, seja pelos ovos.

As informações são do Globo Rural

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