08 de maio de 2025

Ilha das cobras: Como é a pequena ilha brasileira dominada por 15 mil serpentes venenosas


Por Redação GMC Online Publicado 07/03/2025 às 14h05
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Localizada a aproximadamente 35 km da costa de Itanhaém, no litoral de São Paulo, a Ilha da Queimada Grande, popularmente conhecida como Ilha das Cobras, abriga uma das maiores concentrações de serpentes venenosas do planeta. Com uma área de 43 hectares, essa ilha selvagem e inóspita é lar da jararaca-ilhoa (Bothrops insularis), uma espécie endêmica e considerada uma das cobras mais venenosas do mundo. Estima-se que cerca de 15 mil serpentes habitem o local, o que equivale a aproximadamente 45 indivíduos por hectare, tornando-a a segunda ilha com maior densidade populacional de cobras no planeta.

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Foto: Divulgaçao/Marinha

Acesso restrito e preservação ambiental

Por ser uma Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE), a Ilha da Queimada Grande tem acesso controlado e é monitorada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O local é fechado ao público em geral devido aos riscos à segurança, sendo permitido apenas o ingresso de pesquisadores autorizados pelo Instituto Butantan e outras instituições acadêmicas para estudos científicos.

As regras para a permanência na ilha são rígidas. É proibido tocar, capturar ou matar animais, além de perturbar a fauna local ou deixar resíduos. O uso de drones é permitido apenas com autorização específica do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), respeitando normas que garantam a proteção ambiental. Qualquer visita requer um planejamento detalhado e acompanhamento de profissionais capacitados em resgates e primeiros socorros.

Um ambiente hostil e cobras evoluídas

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Foto: Renato Rodrigues/Comunicação Butantan

A Ilha das Cobras apresenta terrenos íngremes, vegetação espinhosa e um ambiente inóspito, sem infraestrutura como abrigos, portos ou trilhas estruturadas. Nesse cenário extremo, a jararaca-ilhoa desenvolveu características únicas ao longo do tempo, adaptando-se à escassez de presas terrestres. Diferente das jararacas do continente, essa espécie se alimenta principalmente de aves migratórias, uma vez que roedores não são encontrados na ilha.

Outro fator marcante na evolução dessa serpente é a sua coloração amarelada e a cabeça proporcionalmente maior. Além disso, ela passou a habitar as árvores, facilitando sua estratégia de caça. O veneno da jararaca-ilhoa é considerado até 20 vezes mais potente que o de outras jararacas comuns, o que desperta o interesse da ciência. Pesquisadores estudam suas mutações bioquímicas, que podem levar ao desenvolvimento de novos medicamentos.

Mistérios e pesquisas científicas

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Renato Rodrigues/Comunicação Butantan

Há mais de um século, cientistas investigam os enigmas da Ilha da Queimada Grande. Os estudos sobre a jararaca-ilhoa são fundamentais para compreender sua biologia, além de ajudar na preservação da espécie, considerada criticamente ameaçada de extinção devido ao isolamento geográfico.

Além das jararacas-ilhoas, também foram encontradas cobras dormideiras na ilha, embora em menor quantidade. Com um ecossistema singular e repleto de desafios, a Ilha das Cobras segue despertando a curiosidade de pesquisadores e aventureiros, permanecendo como um dos locais mais intrigantes e perigosos do Brasil.

Com informações são d g1 e Metrópoles, parceiro do GMC Online

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