Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso site, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao acessar nosso portal, você concorda com o uso dessa tecnologia. Saiba mais em nossa Política de Privacidade.

13 de dezembro de 2025

Incra abre assentamentos para obras de transportes, energia e mineração


Por Agência Estado Publicado 24/12/2021 às 20h00 Atualizado 21/10/2022 às 02h24
Ouvir: 00:00

Depois de fechar acordo com a canadense Belo Sun para abrir espaço à exploração de ouro dentro de uma área de assentamento agrário no Pará, o Incra decidiu ampliar esse tipo de parceria para todo o Brasil, e não apenas com projetos de mineração, mas também de transportes e energia.

Com a decisão, assentamentos da reforma agrária implantados em todo o País poderão ser alvo de redução de suas áreas para receberem todo tipo de projeto de infraestrutura. Os detalhes do negócio, que sempre incluirá indenizações ao próprio Incra e à União, foram definidos em uma instrução normativa publicada na quinta-feira, 23, no Diário Oficial da União (DOU).

As regras, que entram em vigor em 3 de janeiro, vêm após o jornal O Estado de S. Paulo mostrar que o Incra firmou um acordo direto com a mineradora Belo Sun, para reduzir a área de um assentamento no município de Senador José Porfírio, a poucos quilômetros da barragem da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará.

A Belo Sun adquiriu, irregularmente, diversos terrenos de assentados na região, com o propósito de retirá-los da área. Agora, o Incra firmou um acordo para arrendar essa mesma área à empresa. Em contrapartida, estabeleceu a cobrança de R$ 1,3 milhão, a compra de uma fazenda pela empresa no Mato Grosso e ainda um porcentual a ser definido sobre a receita que a empresa obtiver com o ouro extraído da região. Caminhonetes e equipamentos eletrônicos também foram pedidos no acordo.

Para que um lote da reforma agrária seja vendido por seu morador, a lei impõe uma série de condicionantes, como o fato de o ocupante ter vivido sobre aquela terra pelo prazo mínimo de dez anos e o terreno ter a emissão de seu título definitivo de posse. Ocorre que praticamente nenhum lote do assentamento localizado na Vila Ressaca, em Senador José Porfírio, tem esse documento, que é emitido pelo Incra.

A Defensoria Pública da União questiona o acordo e pede a anulação do contrato entre o órgão da reforma agrária e a mineradora. O Ministério Público Federal também analisa o caso, além do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União.

Novas Regras

Com a instrução normativa 112, publicada na quinta-feira, o Incra passa a estabelecer regras sobre a transação com a mineradora e demais empreendimentos que venham a atingir, direta ou indiretamente, as áreas de assentamento.

O texto estabelece que as parcerias poderão ser firmadas em três áreas: o eixo minerário (compreendendo toda mineração, incluindo pesquisa e lavra mineral), o eixo de energia (projetos de geração hidráulica, eólica, fotovoltaica, petróleo, gás natural, incluindo linhas de transmissão e linhas de distribuição); e o eixo de infraestrutura (como obras de portos, aeroportos, ferrovias, rodovias, barragens, telecomunicações e radiodifusão e segurança nacional).

O Incra vai pedir a “justificativa para realização do empreendimento ou atividade no interior do projeto de assentamento”. Em contrapartida, vai definir as “indenizações pelos danos e prejuízos causados ao PNRA (Programa Nacional de Reforma Agrária) e aos assentados, individual ou coletivamente”.

As regras não dão poder de veto aos assentados. O que o texto diz é que, independentemente da realização de audiência pública no curso do processo de licenciamento ambiental – a critério da autoridade competente, ou seja, do Incra -, “a celebração do instrumento será precedida de esclarecimentos gerais aos assentados sobre o empreendimento ou atividade”.

A decisão do Incra deverá ser alvo de um pedido de anulação no Congresso. Ao jornal O Estado de S. Paulo, o deputado Nilto Tatto (PT-SP) disse que vai apresentar um projeto de decreto legislativo para pedir a anulação do ato. O Parlamento entrou em recesso no dia 18 de dezembro e retoma os trabalhos em 2 de fevereiro de 2022. “Também estamos avaliando uma ação contra a norma.”

Procurado, o Incra não se manifestou até a conclusão desta reportagem, na noite da quinta-feira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pauta do Leitor

Aconteceu algo e quer compartilhar?
Envie para nós!

WhatsApp da Redação
Geral

Dois dias após vendaval, quase 700 mil casas seguem sem energia elétrica na Grande SP


Quase 700 mil residências seguem sem energia elétrica na Grande São Paulo dois dias após um vendaval de 98 km/h…


Quase 700 mil residências seguem sem energia elétrica na Grande São Paulo dois dias após um vendaval de 98 km/h…

Geral

Câncer de pele: Brasil terá 95 postos de atendimento gratuito com dermatologistas neste sábado


Neste sábado, 13, 95 postos espalhados pelo Brasil participarão de um mutirão de orientação, diagnóstico e cuidado relacionados ao câncer…


Neste sábado, 13, 95 postos espalhados pelo Brasil participarão de um mutirão de orientação, diagnóstico e cuidado relacionados ao câncer…