Maior aranha do mundo vive no Brasil, tem 30 cm e é a única que faz barulho ao caminhar; conheça
A Theraphosa blondi, popularmente apelidada de “aranha-golias-comedora-de-pássaros”, é reconhecida como a maior aranha do mundo em termos de massa corporal. Originária do norte da Floresta Amazônica brasileira, nos estados do Amazonas, Pará e Roraima, além de regiões da Guiana, Suriname e Venezuela, esse impressionante aracnídeo é uma espécie de caranguejeira cujas características chamam a atenção de pesquisadores e curiosos ao redor do mundo.

Impressionantes dimensões e hábitos alimentares
De acordo com a Enciclopédia da Vida, mantida pelo Museu Nacional de História Natural do Smithsonian, nos Estados Unidos, a Theraphosa blondi pode atingir uma envergadura de até 30 centímetros, o que equivale ao dobro do tamanho médio da mão de um adulto. Pesando cerca de 200 gramas, ela pode ser comparada a um filhote pequeno de cachorro.
Embora seja conhecida por sua capacidade de predar aves, o cardápio dessa caranguejeira é variado, incluindo répteis, anfíbios e até pequenos roedores. Contudo, sua dieta é composta majoritariamente por insetos, minhocas e rãs, presas que encontra ao caminhar pelo chão da floresta. Curiosamente, essa aranha é capaz de devorar ninhos inteiros de pássaros caídos, consumindo todos os filhotes presentes.
Barulhos peculiares ao caminhar
O tamanho e o peso da Theraphosa blondi proporcionam uma característica única: ela é a única aranha no mundo que emite sons enquanto caminha. Segundo Piotr Naskrecki, entomologista e fotógrafo do Museu de Zoologia Comparativa da Universidade de Harvard, em seu blog, o som, semelhante ao de cascos de cavalos batendo no chão, é causado pelo atrito das garras duras do aracnídeo com as superfícies.
Naskrecki, que encontrou um exemplar na América do Sul em 2014, descreveu o ruído como um “estalo peculiar” que o ajudou a manter uma distância segura do animal.
Veneno e comportamento defensivo da maior aranha do mundo
Apesar de pertencer à família das caranguejeiras, o uso do veneno pela Theraphosa blondi é limitado. Suas quelíceras, que podem atingir até três centímetros de comprimento, são ferramentas poderosas para imobilizar presas. O veneno ataca diretamente o sistema nervoso das vítimas, causando paralisia e morte.
Em seres humanos, no entanto, os efeitos são menos severos. A picada pode provocar dor intensa, náuseas e suor excessivo, mas raramente é perigosa. Ainda assim, o contato direto com essa espécie é altamente desaconselhado para não especialistas, devido ao seu comportamento agressivo e defensivo.
Antes de atacar, a Theraphosa blondi costuma emitir um chiado como aviso. Esse som é gerado pelos órgãos estriduladores localizados em seu abdômen e serve como um alerta para potenciais ameaças.
Fascínio e temor
A Theraphosa blondi representa uma das criaturas mais fascinantes e temidas do reino animal. Seu tamanho colossal, comportamento único e habilidades predatórias fazem dela um objeto de estudo para cientistas e uma curiosidade para entusiastas da natureza. Apesar de sua reputação intimidadora, ela desempenha um papel vital no ecossistema, controlando populações de pequenos animais e insetos na floresta amazônica.
Por ser uma espécie rara e emblemática, o cuidado com seu habitat é essencial para preservar esse verdadeiro gigante das aranhas, que continua a impressionar e despertar o fascínio de todos que se deparam com sua história.
Com informações da National Geographic Brasil e Aventuras na História