Mais de 15 mil sites ilegais com Aviator e tigrinho foram bloqueados

Segundo balanço divulgado pela Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda
(SPA-MF), 17,7 milhões de brasileiros realizaram apostas de quota fixa entre janeiro e junho.
Essas operações ocorreram em 182 marcas autorizadas, pertencentes a 78 empresas
reguladas.
O perfil dos apostadores mostra predominância masculina (71%), com destaque para a faixa
etária de 31 a 40 anos, responsável por 27,8% das contas. Jovens de 18 a 25 anos também
representam uma fatia expressiva, com 22,4%.
Arrecadação bilionária
O mercado legal movimentou R$17,4 bilhões em Gross Gaming Revenue (GGR) no semestre, ou seja, o valor apostado descontados os prêmios pagos. Isso resultou em uma arrecadação tributária de R$ 3,8 bilhões para os cofres públicos, valor que já supera as arrecadações de setores tradicionais.
Com uma Medida Provisória publicada em junho, a alíquota sobre o GGR subiu de 12% para 18%, ampliando a projeção de arrecadação. A equipe econômica do ministro Fernando Haddad estima que a medida renderá R$ 1,98 bilhão adicional até 2026.
Fiscalização e combate às versões ilegais de Aviator e tigrinho
A ofensiva contra sites não autorizados ganhou corpo em parceria com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), responsável pela retirada do ar de 15.463 páginas ilegais desde outubro de 2024.
Plataformas ilegais costumam se apropriar de títulos consagrados em casas de apostas regulamentadas, como o Aviator — o crash game mais popular na KTO, responsável por mais de 3% das rodadas totais — e o icônico “tigrinho”, símbolo dos slots, para atrair apostadores em busca de ganhos fáceis e promessas de vantagem financeira.
Além disso, a SPA intensificou:
- bloqueio de transações financeiras para operadores clandestinos, em cooperação com o Banco Central;
- remoção de publicidade irregular, em parceria com grandes plataformas como Google, Meta, TikTok, Kwai e Amazon;
- fiscalização direta de empresas autorizadas, com 66 processos abertos no semestre, dos quais 35 resultaram em sanções.
Responsabilidade e regulamentação
A regulação também estabeleceu diretrizes de jogo responsável, proibindo publicidade voltada a menores e exigindo cláusulas de alerta em propagandas. Iniciativas como autotestes de saúde, plataformas de autoexclusão e educação financeira foram lançadas em cooperação com órgãos como Febraban e Ministério da Saúde.
A proibição de bônus sem depósito prévio, como promoções de boas vindas e similares também afetou as casas de apostas legalizadas, levando a criação de clubes de fidelidade, visando recompensar clientes constantes.
Um exemplo é o Clube KTO, que reúne giros semanais, missões, torneios e emblemas colecionáveis como forma de engajamento contínuo. A iniciativa substitui o modelo de bônus de entrada por recompensas vinculadas à atividade recorrente do usuário, oferecendo benefícios exclusivos para quem mantém frequência de apostas dentro da plataforma legalizada em jogos como Aviator e slots.
O balanço do primeiro semestre de 2025 evidencia uma mudança de cenário: o Brasil deixou de ser um terreno dominado por sites ilegais e sem controle, para avançar rumo a um modelo de regulação robusta, com arrecadação expressiva e maior proteção ao consumidor.
De Aviator a Tigrinho, os bloqueios sinalizam que o Estado está disposto a enfrentar o mercado paralelo e consolidar a indústria regulada de apostas como um novo eixo econômico, mas também um desafio em termos de saúde pública e responsabilidade social.
