Maringaense Marcelo VIPs, conhecido como ‘o maior golpista do Brasil’, morre aos 49 anos
Marcelo Nascimento da Rocha, conhecido nacionalmente como Marcelo VIPs, morreu nesta terça-feira, 9, em Curitiba, aos 49 anos, em decorrência de complicações causadas por cirrose. Natural de Maringá, ele se tornou uma das figuras mais conhecidas do país pela complexidade e ousadia dos golpes que aplicou entre as décadas de 1990 e 2000.
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Considerado um dos golpistas mais notórios do Brasil, Marcelo ganhou projeção nacional em 2001, quando se passou pelo empresário Henrique Constantino, filho de um dos fundadores da companhia aérea Gol, durante uma festa de Carnaval em Recife (PE). À época, conseguiu acesso a áreas exclusivas do evento e enganou diversas personalidades, entre elas o empresário Edson Sá, dono de um camarote que acabou concedendo acesso VIP ao maringaense. O episódio terminou após a farsa ser descoberta pela Polícia Federal.

Em entrevista ao GMC Online em 2020, Marcelo falou sobre o episódio que deu origem ao apelido pelo qual ficou conhecido em todo o país. “Eu não pensei nas consequências naquele momento. Era uma sequência de mentiras que foi tomando uma proporção muito maior do que eu imaginava”, afirmou.
Ainda ao GMC Online, ele reconheceu os erros cometidos ao longo da vida e disse que o glamour atribuído à sua história não refletia a realidade. “As pessoas veem como algo curioso ou até engraçado, mas isso me custou anos de liberdade e destruiu muitas relações”, declarou. Marcelo também afirmou que tentou recomeçar após cumprir pena. “Depois que a história virou filme e documentário, eu quis virar essa página e seguir outro caminho.”

Em 2003, já cumprindo pena no Rio de Janeiro, voltou a chamar atenção da mídia ao se passar por líderes das facções PCC e Comando Vermelho durante uma rebelião no presídio de Bangu. Ao longo da trajetória criminosa, utilizou diversas identidades falsas, incluindo empresários, músicos e outras figuras públicas.
A história de Marcelo ganhou ainda mais repercussão em 2011, com o lançamento do filme “VIPs”, dirigido por Toniko Melo e estrelado por Wagner Moura. Posteriormente, o caso também foi abordado no documentário “Vips – Histórias Reais de um Mentiroso”, disponible no catálogo da Netflix.
A morte de Marcelo gerou manifestações de pesar entre pessoas próximas. O advogado Roberto Bona Junior, que além de representá-lo era seu amigo, publicou uma homenagem destacando um lado menos conhecido do ex-estelionatário. Segundo ele, após cumprir pena, Marcelo buscou reconstruir a própria trajetória, aproximou-se do meio artístico e passou a atuar na produção de shows de artistas como Alcione, Zé Ramalho e Jota Quest.
Com informações do XV Curitiba.
