O mercado financeiro começa esta sexta-feira (6) em clima de expectativa, tanto no Brasil quanto no exterior. Lá fora, o destaque é o payroll, relatório de emprego dos EUA que pode influenciar diretamente os rumos dos juros americanos.
Por aqui, o foco recai sobre os dados do IGP-DI e sobre as sinalizações da equipe econômica em relação às novas medidas fiscais. Tudo isso em meio a um cenário de incertezas que reacende o debate sobre a Taxa Selic e como impacta o dia a dia de quem investe, consome ou planeja o futuro financeiro no país.
Payroll dos EUA no centro das atenções
O payroll (relatório de emprego dos EUA) é aguardado com grande expectativa pelo mercado. A projeção é de desaceleração na criação de vagas, com 125 mil novos postos em maio, abaixo dos 177 mil registrados em abril. O dado será divulgado às 9h30 (horário de Brasília) e pode influenciar a política de juros do Fed.
Bolsas globais tentam recuperação
Os índices futuros em Nova York operam em leve alta após perdas registradas na quinta-feira (5), com os investidores cautelosos antes da divulgação do payroll. A ação da Tesla (TSLA34), por sua vez, se recupera no pré-mercado, após despencar 14,26% na véspera, em meio a desentendimentos públicos entre Elon Musk e Donald Trump.
Na Europa, as bolsas operam sem direção única. O PIB da zona do euro superou expectativas, mas os dados de varejo e produção industrial alemã decepcionaram.
Dólar em alta e Treasuries em queda
O dólar se fortalece frente a outras moedas, impulsionado pela retomada do diálogo comercial entre Estados Unidos e China. Por outro lado, os rendimentos dos Treasuries caem, refletindo cautela antes do payroll.
Commodities: petróleo estável e minério em alta
O petróleo oscila próximo à estabilidade, pressionado por temores sobre o aumento da oferta por parte da Opep+, mas ainda caminha para fechar a semana em alta. Nesta manhã:
- Petróleo WTI (julho): -0,02%
- Petróleo Brent (agosto): +0,06%
Já o minério de ferro para setembro de 2025, negociado na bolsa de Dalian, fechou em alta de 0,86%, a US$ 98,58 por tonelada.
No pré-mercado de Nova York, os ADRs:
- Vale (VALE3): +0,42%
- Petrobras (PETR3/PETR4): +0,45%
Ibovespa: o que esperar do principal índice da bolsa brasileira
O Ibovespa pode abrir o dia com ajustes moderados, influenciado pela leve alta do minério de ferro, petróleo mais fraco e incertezas fiscais. Investidores aguardam as medidas para substituir o IOF, que o Ministério da Fazenda deve apresentar ao Congresso.
A fala do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, de que ainda não há definição sobre a reunião conjunta com a Câmara, marcada possivelmente para domingo (8) ou segunda (9), também gera cautela.
Juros e câmbio: Selic no radar e pressão sobre o real
O alívio nos Treasuries pode conter a alta dos juros futuros no Brasil, após o aumento nas apostas de que a Selic suba 0,25 ponto percentual em junho, podendo chegar a uma taxa final acima de 15% ao ano.
O real pode enfrentar pressão com a valorização do dólar global, após a moeda americana recuar 1,08% ontem, encerrando o dia a R$ 5,5845, o menor patamar desde outubro.
Com informações do Broadcast e Einvestidor.