O Sistema Cantareira, que abastece grande parte da Grande São Paulo, está com 55% do volume útil total e opera na faixa de atenção, segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). A faixa de alerta começa quando o sistema opera abaixo de 40%.
No fim de agosto, o volume útil total era de 57%, enquanto no fechamento de julho estava com 62%. No início de setembro de 2023, o Cantareira operava com 73% do volume útil.
Desde maio, o Cantareira é alimentado com a água proveniente da bacia do Rio Paraíba do Sul, captada na Represa do Jaguari. Atualmente, são captados 7,5 metros cúbicos por segundo. Conforme o Cemaden, o sistema está classificado em situação de seca hidrológica variando de moderada a severa.
Além do Cantareira, a região metropolitana conta com outros seis sistemas de abastecimento, mas alguns estão em situação mais crítica. O Rio Claro tinha 26,9% do volume útil nesta quinta, enquanto a Represa de Guarapiranga estava com 40%. Na média, o volume armazenado total dos sistemas era de 52,8%, mas com operação negativa, ou seja, maior saída do que entrada de água.
SEM RACIONAMENTO
A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) informou que o Sistema Integrado Metropolitano operava na quinta com 52,8% do volume total e se mantém na média dos últimos cinco anos, que ficou em 52%. “O sistema é composto por sete mananciais, o que possibilita abastecer áreas diferentes da metrópole com mais de um sistema, conforme a necessidade.”
A companhia destacou os investimentos realizados desde a crise hídrica de 2014/15 para tornar o sistema mais robusto. “Não há racionamento neste momento nos 375 municípios operados pela Sabesp, mas, como mostram a severa estiagem e as altas temperaturas que afetam todo o país, a companhia ressalta que o uso consciente da água é essencial em qualquer época”, afirmou, em nota oficial.
CHUVAS PODEM ATRASAR
Conforme o Cemaden, a previsão meteorológica indica um provável atraso no início da estação chuvosa, o que resultará no prolongamento do período de estiagem em todas as regiões do País, com exceção da Sul.
Segundo o Cemaden, as causas da seca no Sudeste, que inclui São Paulo, resultam de uma combinação de fatores como o déficit de chuvas na estação passada por atuação mais intensa do fenômeno El Niño. Em consequência, não houve a recarga dos aquíferos, mantendo os rios abaixo dos níveis esperados.
Também houve antecipação da estação seca no Estado, com chuvas escassas desde o mês de maio. Essa situação deixou o solo e a vegetação extremamente secos, criando um ambiente favorável para a propagação de grandes incêndios. E o órgão do Ministério da Ciência Tecnologia e Inovações ainda destaca situações que atuam a longo prazo, como as mudanças climáticas, que causam aquecimento progressivo.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.