O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira, 9, novas estratégias para a vacinação contra a dengue no País, agora incluindo as doses da vacina Butantan-DV, produzida pelo Instituto Butantan.
O imunizante nacional teve o registro publicado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na segunda-feira, 8, e vai reforçar o estoque disponível para aplicação no Sistema Único de Saúde, permitindo a ampliação do público-alvo.
Segundo o ministério, foram fabricadas até o momento 1,3 milhão de doses, que serão destinadas a profissionais de saúde que atuam em Unidades Básicas de Saúde (UBS) e em visitas a comunidades. A expectativa é que a vacina seja disponibilizada até o fim de janeiro de 2026.
Adolescentes continuarão sendo vacinados?
Sim. De acordo com o ministério, a vacina Qdenga, produzida pela farmacêutica Takeda, continuará sendo destinada a adolescentes de 10 a 14 anos, e há previsão de ampliação da oferta para essa faixa etária em mais municípios.
O ministério informa que, desde 2024, mais de 7,4 milhões de doses da Qdenga foram aplicadas em crianças e adolescentes dessa faixa etária na rede pública. A pasta afirma ainda ter adquirido 9 milhões de doses para aplicação em 2026 e prevê a compra de mais 9 milhões para 2027.
Vale lembrar que a vacina do Butantan contra dengue é a primeira do mundo em dose única. A Qdenga é aplicada em duas doses.
Ampliação do público
Com a ampliação da produção e da oferta de doses do Butantan, o ministério espera aumentar o público-alvo da vacinação.
A pasta diz que o público prioritário será composto por pessoas de 59 anos (a Butantan-DV foi aprovada pela Anvisa para aplicação em indivíduos de 12 a 60 anos), com expansão gradual para as demais faixas etárias até chegar ao público de 15 anos de idade. Porém ainda não há uma data para a imunização desses grupos.
“A maior escala de produção será viabilizada pela empresa chinesa WuXi Vaccines, por meio de parceria que fortalece a política nacional de inovação em imunobiológicos, que fechou transferência de tecnologia e desenvolvimento com o Instituto Butantan, que detém a inovação”, diz o ministério, em nota.
Impacto da vacinação
Parte das doses prontas da vacina também será utilizada em uma estratégia na cidade de Botucatu, no interior de São Paulo. O município servirá como campo de avaliação da efetividade e do impacto do imunizante na dinâmica da doença na região. Na cidade, a vacinação ocorrerá em adolescentes e adultos de 15 a 59 anos.
“Estima-se que, ao chegar a uma adesão de 40% a 50% dessa população na vacinação, haverá um grande impacto no controle da dengue”, diz a pasta. Botucatu passou por uma experiência similar no período da pandemia de covid-19, com vacinação em massa da sua população na época.
Além de Botucatu, outros municípios com predominância do sorotipo 3 da dengue (DENV-3) estão em análise para integrar essa estratégia.