Nova fábrica de R$ 25 bilhões vai criar mais vagas de emprego do que habitantes da cidade
Um investimento bilionário promete provocar uma das maiores transformações econômicas já vistas em um pequeno município brasileiro. A construção de uma nova fábrica de celulose, orçada em mais de R$ 25 bilhões, deve gerar mais vagas de emprego do que o total de moradores da cidade, criando um cenário inédito de crescimento, oportunidades e atração de trabalhadores de várias regiões do país.

Essa revolução vai acontecer em Inocência, no leste de Mato Grosso do Sul, cidade com pouco mais de 8,7 mil habitantes, escolhida para sediar o Projeto Sucuriú, da empresa chilena Arauco. O empreendimento é considerado o maior projeto de produção de celulose do mundo em etapa única e já coloca o município no centro do mapa dos grandes investimentos industriais globais.
Quando a nova fábrica começa a operar
A pedra fundamental da obra foi lançada em abril deste ano, marcando oficialmente o início do projeto. O cronograma prevê que a fábrica entre em operação no fim de 2027, com capacidade anual de 3,5 milhões de toneladas de celulose. Com isso, Inocência passa a integrar o chamado Vale da Celulose, polo estratégico do setor no Brasil.
Geração de emprego por causa da fábrica supera população local
O impacto mais expressivo do projeto está na geração de empregos. Durante o pico das obras, a construção da fábrica deve criar cerca de 14 mil vagas de emprego diretas, número que já supera, com folga, a população atual do município. Após a inauguração, outros 6 mil postos de trabalho permanentes devem ser mantidos.
Essas vagas abrangem áreas como indústria, logística, transporte, silvicultura, manutenção, tecnologia e serviços, impulsionando não apenas o mercado de trabalho local, mas também o regional. A expectativa é de aumento da renda, crescimento do comércio e forte demanda por moradia, educação e serviços públicos.
Energia limpa e produção em larga escala
Além da produção de celulose, a fábrica terá um papel estratégico na geração de energia. O projeto prevê 400 mil hectares de eucalipto plantado, matéria-prima que também permitirá a produção de 400 megawatts (MW) de energia limpa — volume suficiente para abastecer uma cidade de aproximadamente 800 mil habitantes.
Parte dessa energia será consumida pela própria planta industrial, enquanto o excedente será integrado ao Sistema Interligado Nacional, reforçando a matriz energética sustentável do país.
Por que Inocência foi escolhida
A escolha do município não foi por acaso. Um dos fatores decisivos é a alta produtividade florestal da região. No Mato Grosso do Sul, o eucalipto atinge o ponto de corte em cerca de sete anos, quase metade do tempo necessário no Chile. Essa vantagem competitiva reduz custos, aumenta a eficiência e torna a região extremamente atrativa para investimentos do setor de celulose.
Um novo futuro para a cidade
Com a chegada da megafábrica, Inocência deve viver uma transformação histórica. Além da explosão na oferta de empregos, o projeto tende a atrair novos negócios, fortalecer a infraestrutura, melhorar a arrecadação municipal e elevar a cidade a um novo patamar econômico e social.
O município, que nasceu em 1947 a partir da iniciativa de produtores rurais e foi emancipado em 1958, tem hoje uma área de 5.776,26 km² e está a cerca de 294 quilômetros da capital Campo Grande. Agora, mais de seis décadas depois, Inocência se prepara para entrar definitivamente na rota dos maiores empreendimentos industriais do planeta, impulsionada por um investimento que promete mudar sua história — e a vida de milhares de trabalhadores.

Com assessorias
