Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso site, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao acessar nosso portal, você concorda com o uso dessa tecnologia. Saiba mais em nossa Política de Privacidade.

14 de outubro de 2024

Nova variante do vírus da covid, XEC é identificada em três Estados


Por Agência Estado Publicado 14/10/2024 às 10h38
Ouvir: 00:00
image
Foto:  Rovena Rosa/Agência Brasil/Arquivo

Uma linhagem do coronavírus (Sars-CoV-2), chamada de XEC, que vem se espalhando pelo mundo, foi detectada no Brasil, nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. O primeiro achado foi realizado pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) em amostras referentes a dois pacientes residentes na capital fluminense, diagnosticados com covid-19 em setembro.

Estudos mostram que a XEC, que deriva da variante da Omicron, emergiu da recombinação genética entre cepas que já estavam em circulação. Esse evento acontece quando uma pessoa é simultaneamente infectada por duas linhagens diferentes de vírus.

Nesse caso, pode haver combinação dos genomas dos dois agentes infecciosos durante a replicação viral. O genoma da XEC, que contém segmentos dos genomas das linhagens KS.1.1 e KP.3.3, tem ainda mutações extras que podem facilitar sua propagação, conforme relatado pela Fiocruz.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a XEC como variante sob monitoramento, em 24 de setembro, devido a mutações no seu genoma que podem impactar o comportamento do vírus e também por observarem os sinais iniciais de “vantagem de crescimento” em comparação com outras variantes em circulação, explica a Fiocruz.

A atenção para a XEC aumentou entre junho e julho de 2024, após crescimento de casos identificados na Alemanha. A linhagem rapidamente se disseminou pela Europa, Américas, Ásia e Oceania, com ao menos 35 países reportando infecções. Até o dia 10 de outubro, mais de 2,4 mil sequências genéticas da XEC foram registradas na plataforma Gisaid.

Segundo a virologista Paola Resende, pesquisadora do Laboratório de Vírus Respiratórios, Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais do IOC, dados do exterior indicam que a XEC pode ser mais transmissível do que outras linhagens, mas será necessário avaliar o seu comportamento no Brasil.

“Em outros países, essa variante tem apresentado sinais de maior transmissibilidade, aumentando a circulação do vírus. É importante observar o que vai acontecer no Brasil. O impacto da chegada dessa variante pode não ser o mesmo aqui porque a memória imunológica da população é diferente em cada país, devido às linhagens que já circularam no passado”, explica Paola, que também atua na Rede Genômica Fiocruz.

A identificação da XEC no Brasil ocorreu por meio de um esforço de vigilância que expandiu o sequenciamento genético do Sars-CoV-2 na cidade do Rio de Janeiro entre agosto e setembro, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde.

Durante três semanas, foi feita a coleta de amostras de swab nasal, que foram enviadas ao Laboratório de Referência do IOC/Fiocruz para análise dos resultados positivos para Sars-CoV-2 diagnosticados por testes rápidos em unidades básicas de saúde. Apesar de ter identificado a presença da XEC, o monitoramento mostrou que a linhagem JN.1 continua sendo a predominante no Brasil desde o fim de 2023.

“Realizamos essa ação para compreender em tempo real o que estava ocorrendo no Rio, uma vez que havia leve aumento nos diagnósticos de covid-19 na cidade. Isso foi muito importante para detectar a variante XEC, que precisará ser acompanhada de agora em diante”, acrescenta Paola.

Dados da Secretaria Municipal de Saúde do Rio e do Infogripe, da Fiocruz, não indicam alta nos casos na cidade. A virologista alerta para o enfraquecimento da vigilância genômica do SARS-CoV-2 no Brasil e reforça a necessidade de manter o monitoramento em todo o território nacional.

“Atualmente, estamos sem dados genômicos de diversos Estados porque não tem ocorrido coleta e envio de amostras para sequenciamento genético. É muito importante que esse monitoramento seja mantido de forma homogênea no País para acompanhar o impacto da chegada da variante XEC e detectar outras variantes que podem alterar o cenário da covid-19”, ressalta Paola.

A pesquisadora enfatiza a importância dos dados genômicos do Sars-CoV-2 em circulação para adaptar a composição das vacinas anticovid. A OMS conta com um grupo consultivo técnico dedicado a essa questão, que se reúne duas vezes ao ano. Em abril, o comitê sugeriu a criação de imunizantes que tenham como base a linhagem JN.1. Está agendada uma nova reunião para dezembro.

Pauta do Leitor

Aconteceu algo e quer compartilhar?
Envie para nós!

WhatsApp da Redação

Comentar

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Geral

Protesto contra falta de energia interdita vias em São Paulo; serviço de ônibus é afetado


Em protesto contra a falta de energia que já dura quase três dias em parte da Grande São Paulo, moradores…


Em protesto contra a falta de energia que já dura quase três dias em parte da Grande São Paulo, moradores…

Geral

Cão morre eletrocutado ao tocar cabo em SP e corpo fica na rua quase 30h


Um cachorro morreu eletrocutado após tocar em um cabo de média tensão elétrica, que se rompeu após forte temporal registrado…


Um cachorro morreu eletrocutado após tocar em um cabo de média tensão elétrica, que se rompeu após forte temporal registrado…

Geral

Padilha fala em omissão de ‘governos locais’ sobre apagão em São Paulo


O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, mencionou nesta segunda-feira, 14, a possibilidade de “omissão de governos locais” no apagão…


O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, mencionou nesta segunda-feira, 14, a possibilidade de “omissão de governos locais” no apagão…