Um catamarã com 50 ocupantes naufragou nesta sexta-feira, 13, no mar de Maragogi, no litoral norte de Alagoas. O empresário Silvio Bispo Romão, de 76 anos, morreu no acidente. A empresa proprietária do catamarã informou que ainda atende as vítimas e que se manifestará oportunamente.
Como foi o naufrágio?
Testemunhas relataram que a embarcação começou a ser invadida pela água do mar. Houve um tumulto entre os passageiros e muitos se deslocaram para a mesma borda do barco, acelerando o naufrágio. Muitas pessoas pularam na água. O barco virou e todos acabaram arremessados para o mar.
Onde foi o acidente?
O naufrágio ocorreu na região da Praia de Barra Grande, a cerca de 3 km da costa. O local é famoso por piscinas naturais, com águas transparentes e tranquilas e muitos peixes, que se formam quando a maré está baixa. As características e belas paisagens marinhas com tons que vão do azul cristalino ao verde água fazem a região ser chamada de “Caribe brasileiro”.
Maragogi fica a cerca de 130 quilômetros da capital Maceió. O município é um dos principais destinos do Estado nesta época do ano.
Quem era o empresário morto?
Silvio Bispo Romão fundou, em 1988, uma empresa de transportes em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. Ele fazia parte do quadro diretivo do Sindicato Nacional dos Cegonheiros (Sinaceg), que representa os transportadores de veículos automotivos.
O empresário tinha ligações também com a Cooperativa de Consumo dos Cegonheiros (Cooperceg), sediada em São Bernardo. Em nota, o Sinaceg lamentou o falecimento e prestou homenagem ao seu diretor, Silvio Bispo Romão, “grande companheiro de profissão e estrada”. Silvio foi um dos pioneiros nesse tipo de transporte na região do Grande ABC. Sua empresa foi fundada quando a região concentrava montadoras de veículos.
Silvio havia viajado para o Nordeste acompanhado da esposa, outros familiares e amigos. O grupo estava hospedado em um resort de luxo, em Porto de Galinhas, no litoral sul de Pernambuco. Silvio, a esposa e uma parte do grupo decidiram ir para Maragogi, que fica a cerca de 80 quilômetros, no Estado vizinho.
Como foi o resgate?
A esposa do aposentado foi resgatada pelo Corpo de Bombeiros com a ajuda de embarcações que estavam na região. O piloto de uma moto aquática tentou ajudar Silvio, mas ele afundou. Os bombeiros, que usaram até um helicóptero no socorro, o recolheram das águas, mas o idoso já estava morto quando chegou à unidade de saúde.
Mais de 30 bombeiros foram mobilizados para o resgate. Lanchas, moto aquáticas e barcos que navegavam pela região ajudaram a recolher os náufragos.
Outras nove pessoas, inclusive uma mulher grávida e um bebê de cinco meses, receberam atendimento em unidades de saúde, mas todas já foram liberadas, segundo a secretaria municipal de saúde.
Como estão as investigações?
A Polícia Civil e a Marinha investigam o acidente. A prefeitura informou que o catamarã não estava registrado no cadastro único digital para prestadores de serviços de turismo. O registro é obrigatório para a exploração do turismo náutico. O município abriu uma sindicância para apurar as circunstâncias do naufrágio.
Conforme a Secretaria de Segurança Pública de Alagoas, um inquérito policial foi aberto para investigar o naufrágio do catamarã. “Os levantamentos preliminares apontam que a embarcação tinha capacidade para 70 pessoas e estava com 47 passageiros no momento do acidente. O piloto do catamarã é habilitado”, disse, em nota.
A Marinha do Brasil informou que abrirá um inquérito administrativo para investigar as causas do naufrágio.