O que vai acontecer dia 19 de dezembro? Cientistas se preparam para acontecimento raro
O dia 19 de dezembro se tornou uma das datas mais aguardadas pela comunidade científica internacional. É quando o 3I/ATLAS, um cometa interestelar que não se originou no Sistema Solar, fará sua maior aproximação da Terra, a cerca de 269 milhões de quilômetros. A expectativa é que, nesse 19/12, astrônomos consigam reunir as informações mais detalhadas já obtidas sobre o objeto, considerado raro e fora do padrão conhecido.

Descoberto por telescópios instalados no Chile, o 3I/ATLAS está apenas “de passagem” pelo nosso sistema planetário, vindo de uma região distante da Via Láctea. Apesar da proximidade relativa, cientistas reforçam que não há qualquer risco para a Terra. Ainda assim, a data concentra observações estratégicas com equipamentos de alta precisão, capazes de responder perguntas que vão além da astronomia tradicional.
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Por que 19 de dezembro é considerado um marco científico?
Com a aproximação máxima prevista para essa data, cresce o interesse do público e dos pesquisadores em entender o que vai acontecer dia 19 de dezembro. Esse será o ponto ideal da trajetória do cometa para análises espectroscópicas detalhadas, medições mais precisas de massa, velocidade e composição química, além da comparação com outros objetos interestelares já observados.
De acordo com comunicados técnicos de instituições ligadas ao ESO Chile e ao Gemini Sul, estudos preliminares indicam que o 3I/ATLAS apresenta uma composição diferente da encontrada em cometas formados próximos ao Sol. Instrumentos apontaram concentrações elevadas de monóxido e dióxido de carbono, algo incomum e que sugere uma origem em regiões extremamente frias e distantes do espaço profundo.
Cometa natural ou algo além do esperado?
Embora a maioria dos astrônomos trate o 3I/ATLAS como um objeto natural, o cometa ganhou notoriedade após declarações do astrofísico Avi Loeb, da Universidade de Harvard. Segundo ele, existem ao menos 13 características consideradas anômalas que merecem investigação mais profunda.
Entre os pontos destacados estão a massa estimada em 33 bilhões de toneladas, superior à de outros visitantes interestelares já registrados, o alinhamento incomum da trajetória e uma composição química atípica, com níquel em quantidade maior que ferro.
“A chance de a trajetória se alinhar tão precisamente é de uma em 500”, afirma Loeb. Para o cientista, não é possível descartar totalmente a hipótese de que o objeto possa ter uma origem tecnológica, embora ele mesmo classifique essa possibilidade como “quatro numa escala de zero a dez”.
19/12: Ceticismo e método científico em debate
Do outro lado do debate está o historiador da ciência e cético profissional Michael Shermer, editor da revista Skeptic. Para ele, o 3I/ATLAS é apenas mais um objeto interestelar natural, cuja descoberta se tornará cada vez mais comum com o avanço dos telescópios e das técnicas de observação.
“Chamamos isso de caçar anomalias: procurar exceções apenas para desafiar a visão predominante”, afirma Shermer.
Apesar das divergências, os dois pesquisadores mantêm uma relação de amizade de longa data e até firmaram uma aposta simbólica de mil dólares: Loeb acredita que a humanidade encontrará sinais de vida inteligente nos próximos cinco anos; Shermer, não.
O que a ciência espera após o dia 19 de dezembro
Independentemente das teorias mais controversas, há consenso de que o dia 19 de dezembro será decisivo para os estudos sobre o 3I/ATLAS. Os dados coletados nesse período devem ajudar a esclarecer a verdadeira natureza do cometa e ampliar o conhecimento sobre objetos que se formaram fora do Sistema Solar.
Para os cientistas, trata-se de uma oportunidade rara de observar um visitante interestelar em condições privilegiadas. Para o público, a data reforça a curiosidade sobre o que vai acontecer dia 19 de dezembro e lembra que, mesmo com décadas de avanços tecnológicos, o universo ainda guarda mistérios capazes de surpreender a humanidade.
