Outubro Rosa Pet: castração reduz em 80% as chances de câncer de mama nos animais
O câncer de mama é um dos cânceres mais comuns e não se limita aos humanos. Segundo dados do CFMV (Conselho Federal de Medicina Veterinária), a incidência de neoplasias em pets é preocupante: aproximadamente 60% das cadelas e 30% das gatas podem desenvolver câncer de mama. Aliás, o câncer de mama também pode acometer cães e gatos machos.
Cerca de 50% dos tumores mamários em cadelas são malignos e podem ter comportamento agressivo ou metastático. Em gatos, o risco é ainda maior: cerca de 90% dos tumores são malignos e agressivos, e 80% tendem a metastatizar em um ano. O diagnóstico precoce é a melhor maneira de detectar um eventual problema.
A médica veterinária Marina Prazeres diz que a presença de nódulos em cachorras e gatas pode ser percebida pelo próprio tutor com a simples palpação da região das mamas. “Igual a nós mulheres, que temos a indicação de fazer ali periodicamente a palpação das mamas, o mesmo a gente indica tanto para as cadelinhas quanto para as gatinhas. E fazer essa palpação de toda a cadeia mamária, dos dois lados, em movimento de pinça, como se estivesse levemente puxando a pele, para identificar se às vezes tem algum carocinho, alguma coisa que está surgindo ali. Se notar algum carocinho, a gente sempre indica que passe por um atendimento veterinário para poder fazer a pesquisa”, orienta. Porém, em estágio inicial o nódulo é muitas vezes pequeno e a doença começa assintomática, por isso o diagnóstico pode ocorrer mais tarde, colocando os pacientes em maior risco, por isso, a prevenção é fundamental – e a principal ação preventiva é a castração, que pode diminuir a chance de desenvolvimento da doença em até 80%.
De maneira geral, o mais indicado é realizar a castração com um ano e seis meses de idade. Já a aplicação de injeções anti-cio pode estimular a formação de tumores. “Elas já não podem nem ser comercializadas mais. A Anvisa tirou de circulação, é proibida a venda, a comercialização desses tipos de injeção, mas a gente sabe, infelizmente, que as pessoas ainda conseguem encontrar e acabam aplicando. E a partir do momento que faz uso, vai aumentando drasticamente a incidência de câncer de mama”, alerta a médica veterinária.
O principal tratamento para o câncer de mama nos pets é a cirurgia, com a retirada de toda a cadeia mamária. Já a quimioterapia é indicada apenas quando for detectado um tumor mais agressivo. “O exame da citologia vai nos direcionar para qual é o tipo de tratamento ideal para cada tipo de nódulo”, explica a especialista. Quando não tratada, a mortalidade causada pela doença costuma ser alta. Já as causas do câncer de mama nos pets envolvem componentes genéticos, hormonais, nutricionais e ambientais e, quando se tem conhecimento de outros animais da mesma linhagem com a doença, é preciso redobrar a atenção. “Se a mãe dela teve câncer de mama, se a avó teve, pode ser que ela tenha um gene e uma predisposição. Então, se tem o conhecimento prévio da matriz, de quem acabou tendo esse animalzinho que você tem hoje em dia, também acaba auxiliando numa possibilidade de ela ter ou não”, finaliza a veterinária Marina Prazeres.