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16 de dezembro de 2025

Pais do goleiro Danilo, da Chapecoense, visitam o cemitério três vezes por semana


Por Fábio Guillen Publicado 06/12/2020 às 14h09 Atualizado 26/02/2023 às 12h31
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Ilaides Celine Padilha e o esposo Eunício Padilha no túmulo do filho, o goleiro Danilo
Foto: Arquivo familiar

Após quatro anos da tragédia que matou 71 tripulantes do avião da Chapecoense, os pais do goleiro Danilo visitam o cemitério três vezes por semana em Cianorte, no noroeste do Paraná. A família construiu até um mini-campo de futebol na sepultura para homenagear o goleiro. 

A mãe de Danilo, Ilaides Celine Padilha, 58 anos, que ficou conhecida em todo o Brasil por espalhar generosidade e abraços no dia do velório coletivo das vítimas no estádio em Chapecó, disse ao GMC Online que a dor e a saudade são cada vez maiores. O menino Danilo, como ela o chamava, está em cada pedacinho da casa da família. 

“A saudade é muito grande. Cada dia ela aumenta mais. Eu sinto a falta dele. É uma falta que nada preenche. Posso ir em qualquer lugar. Posso falar com qualquer pessoa, mas aquele vazio ficou. Nada preenche. A gente está tentando levar nossas vidas de uma forma que, não sei, ficou um vazio. Vamos tentando novas conquistas. Hoje minha filha Daniele está grávida. Então estamos aguardando a chegada do Lucca que vai ser uma alegria na nossa vida”, disse a mãe do goleiro. 

Ilaides disse que estão sempre no cemitério cuidando do túmulo do goleiro. O casal não deixa acumular nem poeira no local. Eles cuidam mesmo semanalmente da sepultura. A mãe de Danilo gosta de ir ao local e manter tudo bem organizado e limpo. 

“Nossa visita é frequente no cemitério. Nós vamos lá sempre. Todo domingo vou com meu marido lá. Ele vai mais duas vezes na semana porque a gente sempre deixa tudo limpinho lá porque tem muitas pessoas que visitam o túmulo dele. Então a gente está sempre visitando, limpando. Não deixamos de ir lá. Todo domingo vou e às vezes vou no meio de semana também quando dá tempo. Mas meu marido vai três vezes por semana”, contou Ilaides. 

Uma das alegrias que Danilo Padilha deixou foi o filho, o pequeno Lorenzo, de 6 anos, que se parece muito com o pai. O menino sonha em seguir a carreira de goleiro e isso enche a família ainda mais de alegria. Todas as vezes que Lorenzo vem para Cianorte o coração de dona Ilaides se enche de alegrias. 

“O Lorenzo é idêntico ao pai. A gente vê que tudo que ele faz se parece com o jeito que o Danilo fazia. Isso traz uma alegria pra gente. O momento que a gente passa com ele é muito gratificante”, disse a avó, dona Ilaides, toda orgulhosa do neto. 

Goleiro Danilo e o filho Lorenzo.
Família fez montagem para mostrar o quanto Lorenzo se parece com o pai, o goleiro Danilo Foto: Arquivo familiar

Família montou um memorial para homenagear o goleiro Danilo 

Os familiares de Danilo Padilha montaram um memorial para homenagear o goleiro, que era muito querido por todos os familiares. O local escolhido para esta justa homenagem foi o quarto onde Danilo dormia quando morava com os pais em Cianorte, antes de se mudar para Chapecó. 

No local, as principais conquistas e momentos do goleiro ficam evidentes. Dona Ilaides faz questão de abrir a porta do quarto todos os dias pela manhã e encostar à noite, da mesma forma que fazia quando Danilo ainda morava com ela. 

“Nós pegamos o quarto que era do Danilo e colocamos todos os troféus, camisas, medalhas, fotos, álbuns, tudo que o Danilo conquistou na carreira dele está dentro deste quarto. Também as lembranças e as homenagens que foram feitas. Tudo que foi feito pelos outros times e enviados pra gente está nesse quarto. É algo que ele está ali presente. A gente abre esse quarto durante o dia e fecha a noite como se ele estivesse ali de corpo presente. Não tem como tirar isso da gente. É uma lembrança que está ali e ele permanece ali junto com nós e no dia a dia”, disse a mãe. 

Ilaides, mãe do goleiro Danilo.
Ilaides no quarto do filho Danilo – Foto: Arquivo familiar

Após quatro anos da tragédia, a família ainda não foi indenizada  

A tragédia que chocou o Brasil aconteceu no dia 28 de novembro de 2016. O voo 2933 da empresa boliviana LaMia estava chegando no aeroporto de Medellin, na Colômbia, quando caiu com 77 pessoas a bordo. O voo era fretado pela Associação Chapecoense de Futebol, o clube de Chapecó (SC). 

A equipe do interior do estado catarinense estava se destacando no futebol nacional e acabava de realizar uma façanha: ia disputar a final da Copa Sul Americana contra o Atlético Nacional, de Medellin. 

A alegria do time, dos jornalistas e também dos torcedores se transformou em um pesadelo naquela noite. O avião da LaMia bateu de barriga no alto de um morro, capotou e se despedaçou encosta a baixo, deixando um rastro de destruição.  Ao todo, 71 pessoas morreram, entre jogadores, comissão técnica, dirigentes, tripulação de vôo e jornalistas. O motivo do acidente? Falta de combustível suficiente para chegar ao destino. O piloto, que morreu na tragédia, teria sido avisado, mas teria ignorado o aviso e o avião decolou. 

Destroços do avião da Chapecoense – Foto: Agência Brasil

Cinco pessoas foram responsabilizadas pela Justiça da Bolívia por envolvimento nas permissões que autorizaram o voo da Chapecoense. Três deles foram presos e atualmente respondem em prisão domiciliar. Outros dois são considerados foragidos. 

E mesmo após quatro anos, a família ainda não foi indenizada. A esposa de Danilo, Letícia Padilha, e o filho Lorenzo são quem têm direito à indenização. Mas, até o momento, não receberam nada da companhia aérea. 

“A gente está continuando nossa vida, lutando, trabalhando. Continuamos vivendo e deixando este vazio para que ele não tome conta totalmente da gente. A gente continua nossa luta até chegar o nosso dia de se encontrar com eles também”, disse a mãe do goleiro, Ilaides Celine Padilha. 

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