Polícia prende dono da arma usada em ataque que matou aluno em escola no Ceará
A Polícia Civil do Ceará prendeu, nesta quarta-feira, 19, o proprietário da arma de fogo utilizada no ataque que matou um aluno e deixou outros dois feridos em uma escola na cidade de Sobral, no Ceará. Identificado como Antônio Felipe de Sousa, de 33 anos, o homem é Colecionador, Atirador desportivo e Caçador (CAC) e está sendo investigado pela prática de comércio ilegal de arma de fogo.
Antônio Felipe foi alvo de um mandado de prisão temporária e um mandado de busca e apreensão. Os policiais realizaram diligências para prender e apreender objetos do proprietário da arma utilizada no ataque. De acordo com a Polícia Civil, as buscas resultaram nas apreensões de computadores e aparelhos celulares que serão utilizados para ajudar em novas diligências sobre o caso.
Após o trabalho policial, o homem foi conduzido à Delegacia Regional de Sobral, onde foi cumprido o mandado de prisão temporária. Felipe foi encaminhado para uma unidade do sistema penitenciário e encontra-se à disposição do Poder Judiciário. A polícia informou ainda que dará continuidade às investigações com o intuito de elucidar a trajetória que a arma de fogo percorreu até chegar nas mãos do adolescente.
O ataque
O caso aconteceu na Escola Estadual Professora Carmosina Ferreira Gomes, no bairro Sumaré, em Sobral, em 5 de outubro. Um adolescente de 15 anos foi para a aula no horário de rotina, carregando consigo seu material escolar, e abriu fogo por volta das 10h. O vigilante da escola não percebeu que ele estava armado.
Três alunos foram atingidos. Um deles, identificado como Júlio César de Souza Alves, também com 15 anos, chegou a ser socorrido para o hospital em estado grave, mas não resistiu aos ferimentos e morreu dias depois.
O jovem autor dos disparos foi apreendido logo após o ataque. Em depoimento à polícia, ele alegou que sofria bullying dos colegas. Ele é investigado por ato infracional análogo ao crime de homicídio e tentativa de homicídio.
Outros casos
Outros casos de ataque em escolas foram registrados neste ano no Brasil. No dia 26 de setembro, um adolescente de 14 anos usou a arma do pai, um policial militar, e matou uma aluna cadeirante no Colégio Municipal Eurides SantAnna, em Barreiras, no oeste da Bahia.
A vítima foi Geane da Silva Brito, de 19 anos, que tinha paralisia cerebral e via na escola uma ferramenta para inclusão e um local onde se sentia segura e acolhida pela comunidade escolar.
Ainda em setembro, na cidade de Morro de Chapéu, na Chapada Diamantina, também na Bahia, um adolescente de 13 anos ateou fogo na Escola Municipal Yeda Barradas Carneiro, onde estudava, e feriu a coordenadora com o uso de uma faca. Ele foi apreendido pela Polícia Militar.