Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso site, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao acessar nosso portal, você concorda com o uso dessa tecnologia. Saiba mais em nossa Política de Privacidade.

13 de dezembro de 2025

Por que PL que classifica CV e PCC como terroristas poderá favorecer o crime organizado?


Por Agência Estado Publicado 05/11/2025 às 21h49
Ouvir: 00:00

O projeto de lei antiterrorismo, que tramita no Congresso Nacional e conta com o apoio de governadores ligados à direita, incluindo Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, vem sendo alvo de críticas por supostamente enfraquecer o combate ao crime organizado.

De autoria do deputado Danilo Forte (União-CE), o projeto prevê a classificação de facções criminosas, como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC), como organizações terroristas.

A mudança poderá transferir o trabalho de investigação de grupos especializados da esfera estadual, como os Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, para a Polícia Federal (PF). Na justificativa do projeto, Forte afirma que a proposta “garante uma investigação mais especializada e abrangente”.

Além disso, o texto equipara ao terrorismo os crimes cometidos por facções e milícias voltados à dominação territorial, à intimidação coletiva e ao tráfico de drogas, entre outros. A proposta atualiza a Lei Antiterrorismo – que prevê penas de 12 a 30 anos para esses crimes – e amplia em até dois terços as punições para comandantes e líderes de facções.

Ao Estadão, o promotor Lincoln Gakiya, do Gaeco de São Paulo, criticou a medida. “Deslocar a competência vai atrapalhar e prejudicar as investigações. Não faz sentido. É temerário”, afirmou.

Segundo ele, que investiga o PCC há anos, a migração dos casos da Justiça Estadual para a Justiça Federal poderá provocar atrasos em inquéritos e processos, levar à soltura de réus presos e gerar questionamentos sobre prisões já decretadas.

Gakiya avalia ainda que medidas previstas no projeto, como a punição de atos preparatórios de atentados, o sequestro cautelar de bens e a criminalização do domínio territorial, poderiam ser incluídas na Lei das Organizações Criminosas, sem tumultuar as investigações nem retirar das polícias estaduais o papel central no combate às facções.

O projeto antiterrorismo estava na pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados na última terça-feira, 4, mas sua análise foi adiada. O relator do texto será o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, atualmente licenciado do Legislativo, que deixará a pasta e retornará à Câmara.

O projeto já tem requerimento de urgência aprovado, o que permitiria sua votação diretamente no plenário da Casa. No entanto, o Partido Liberal (PL) pediu que a análise ocorra primeiro na CCJ, para evitar contestações posteriores.

Como forma de conter o avanço da proposta apresentada por parlamentares da oposição, o governo federal também enviou ao Congresso na última sexta-feira, 31, outro projeto de segurança pública: o PL Antifacção, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O texto do Executivo foi estruturado em cinco eixos principais, com o objetivo de atingir os criminosos em diferentes frentes. Entre eles estão: a atualização de leis para ampliar penas; o fortalecimento do poder de investigação das polícias; a asfixia das fontes de receita dos grupos criminosos; o enfraquecimento da comunicação entre integrantes de facções; e medidas para impedir a infiltração de criminosos no poder público. Entenda mais sobre o projeto aqui.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou na última segunda-feira, 3, que ainda não teve acesso ao texto do projeto do governo federal, mas defendeu a proposta apresentada por Danilo Forte. “A ideia é que a gente possa apensar um projeto ao outro e, a partir dali, fazer o melhor texto”, declarou.

Pauta do Leitor

Aconteceu algo e quer compartilhar?
Envie para nós!

WhatsApp da Redação

Comentar

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Geral

Dois dias após vendaval, quase 700 mil casas seguem sem energia elétrica na Grande SP


Quase 700 mil residências seguem sem energia elétrica na Grande São Paulo dois dias após um vendaval de 98 km/h…


Quase 700 mil residências seguem sem energia elétrica na Grande São Paulo dois dias após um vendaval de 98 km/h…

Geral

Câncer de pele: Brasil terá 95 postos de atendimento gratuito com dermatologistas neste sábado


Neste sábado, 13, 95 postos espalhados pelo Brasil participarão de um mutirão de orientação, diagnóstico e cuidado relacionados ao câncer…


Neste sábado, 13, 95 postos espalhados pelo Brasil participarão de um mutirão de orientação, diagnóstico e cuidado relacionados ao câncer…