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16 de dezembro de 2025

Prêmio Nobel de Química vai para trio que desenvolveu nova arquitetura molecular


Por Agência Estado Publicado 08/10/2025 às 08h54
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O Prêmio Nobel de Química 2025 foi concedido para os cientistas Susumu Kitagawa, Richard Robson e Omar M. Yaghi “pelo desenvolvimento de estruturas metalorgânicas (ou organometálicas)”, anunciou a Academia Real das Ciências da Suécia nesta quarta-feira, 8.

Segundo os organizadores do prêmio, esses pesquisadores “criaram construções moleculares com grandes espaços pelos quais gases e outros produtos químicos podem ser capturados e armazenados”.

Essas estruturas podem ser usadas para capturar água do ar do deserto, armazenar gases tóxicos, catalisar reações químicas e conduzir eletricidades. Uma das mais importantes aplicações potenciais, entretanto, seria capturar CO2 (o principal gás do efeito estufa) da atmosfera, o que poderia amenizar os efeitos do aquecimento global. Tanto é assim que as moléculas já estão sendo chamadas muitos de o mais importante material do século XXI.

“As estruturas metalorgânicas têm enorme potencial, trazendo oportunidades antes não percebidas para materiais feitos sob medida com novas funções,” diz Heiner Linke, Presidente do Comitê Nobel de Química.

O japonês Susumu Kitagawa é professor na Universidade de Quioto. O britânico Richard Robson é professor na Universidade de Melbourne, Austrália. Já Omar M. Yaghi, da Jordânia, atua na Universidade da Califórnia, Berkeley, nos Estados Unidos.

Em 1989, Robson decidiu testar as propriedades inerentes dos átomos de uma nova maneira. Ele combinou íons de cobre com carga positiva com uma molécula de quatro braços. Uma substância química capaz de atrair os íons de cobre foi colocada ao fim de cada um dos braços. Quando combinadas, elas se uniram, formando um ordenado (e espaçoso) cristal. Uma espécie de diamante com inúmeras cavidades.

Robson imediatamente reconheceu o potencial de sua construção molecular. Mas ela era muito instável e colapsava com facilidade. Entretanto, Kitagawa e Yaghi ofereceram um método de construção com fundações mais firmes: entre 1992 e 2003 eles fizeram, separadamente, uma série de descobertas revolucionárias.

Kitagawa mostrou que os gases podem fluir através dessas construções e previu que as moléculas poderiam ser ainda mais flexíveis. Yaghi, por sua vez, criou uma molécula organometálica estável e mostrou que ela poderia ser modificada, adquirindo novas propriedades. Foi ele também que cunhou o termo “organometálica”.

A partir das descobertas dos laureados, químicos construiram milhares de diferentes moléculas organometálicas. Algumas delas podem contribuir para resolver alguns dos maiores desafios da humanidade, com aplicações que incluem retirar traços de drogas do meio ambiente, retirar moléculas de CO2 da atmosfera e capturar água no ar do deserto. Até agora, essas moléculas foram usadas em pequenas escala, mas muitas empresas já testam formas de produção em larga escala e comercialização.

O Prêmio Nobel de Medicina de 2025 foi concedido para três cientistas que estudam tolerância imunológica periférica – os americanos Mary Brunkow, Fred Ramsdell e o japonês Shimon Sakaguch. As descobertas desse trio abriram caminhos para novos tratamentos contra doenças autoimunes e o câncer.

Já o Prêmio Nobel de Física de 2025 foi dado para três pesquisadores que atuam nos Estados Unidos (John Clarke, Michel Devoret e John Martinis), que pavimentaram caminhos para revolucionar a tecnologia quântica, incluindo computadores e sensores quânticos.

A programação segue:

– Quinta-feira, dia 9: Literatura
– Sexta-feira, dia 10: Paz
– Segunda-feira, dia 13: Economia

Além da medalha e do diploma, cada laureado leva para casa uma quantia substancial em dinheiro, 11 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 6,2 milhões).

A cerimônia de entrega dos prêmios está marcada para 10 de dezembro, como ocorre todos os anos, aniversário da morte do químico sueco Alfred Nobel (1833-1896).

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