Saiba passo a passo como funcionará a CNH sem autoescola, segundo o governo
O prazo para envio de sugestões sobre a proposta que permite tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) sem a obrigatoriedade de autoescola encerrou no domingo, 2 de novembro de 2025. Com o fim da consulta pública, o governo federal deve agora avançar na elaboração de uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) para regulamentar as novas regras.

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A proposta, segundo o Ministério dos Transportes, tem como objetivo facilitar o acesso à CNH e reduzir custos para os candidatos. O texto detalha um novo modelo de formação de condutores, com maior flexibilidade no aprendizado teórico e prático, e promete tornar o processo mais digital e acessível.
Como será a CNH sem autoescola
De acordo com a proposta analisada, o candidato precisará ter pelo menos 18 anos, saber ler e escrever, possuir documento de identidade e estar inscrito no CPF. Quem optar por realizar o curso teórico a distância poderá confirmar a identidade digitalmente, utilizando a conta gov.br.
A abertura do processo poderá ser feita online, pelo aplicativo ou site do Detran do estado, ou presencialmente, diretamente no órgão. Todo o andamento poderá ser acompanhado pelo Registro Nacional de Carteira de Habilitação (Renach).
Etapa teórica: liberdade para escolher onde estudar
Uma das principais mudanças é que o curso teórico deixa de ser exclusivo das autoescolas. O candidato não será mais obrigado a cumprir 45 horas de aula. Ele poderá escolher como estudar — presencialmente, online ou de forma híbrida — com as seguintes opções:
- Curso online gratuito oferecido pelo Ministério dos Transportes;
- Aulas em autoescolas tradicionais, presenciais ou a distância;
- Estudo em escolas públicas de trânsito, como os Detrans, ou instituições credenciadas.
Coleta biométrica obrigatória
Após concluir o curso teórico, o candidato deverá realizar a coleta biométrica (foto, digitais e assinatura) no Detran. Esse registro é indispensável e será utilizado em todas as etapas seguintes, inclusive nas provas, para garantir a autenticidade do processo.
Exames e aulas práticas: o que muda
A proposta prevê a manutenção dos exames psicológicos e de aptidão física, que continuam obrigatórios e devem ser agendados junto ao Detran.
A principal mudança está nas aulas práticas. A exigência das 20 horas mínimas será eliminada, permitindo que o candidato escolha como se preparar. Ele poderá:
- Fazer aulas com um instrutor credenciado pelo Detran;
- Utilizar um veículo próprio ou do instrutor;
- Optar por contratar uma autoescola, se desejar.
Provas teórica e prática
A prova teórica continuará obrigatória e poderá ser feita presencialmente ou online, conforme a estrutura do Detran estadual. Para ser aprovado, é necessário acertar ao menos 70% das questões.
Já o exame prático de direção segue sendo requisito para obtenção da CNH. O candidato começa com 100 pontos e precisa terminar com, no mínimo, 90. Caso reprove, poderá remarcar e refazer o teste quantas vezes forem necessárias.
Quem for aprovado recebe a Permissão para Dirigir (PPD), válida por um ano.
Custo deve cair até 80%, segundo o Governo
Os valores das taxas continuarão sendo definidos pelos Detrans de cada estado, mas, com a liberdade de escolha nas etapas teórica e prática, o governo estima que o custo total para tirar a CNH pode cair até 80%.
Com o encerramento da consulta pública, o Contran deve finalizar o texto da nova resolução nas próximas semanas. A expectativa é que as novas regras entrem em vigor em 2026, modernizando o processo de habilitação no país.
O que diz o ministro dos Transportes
O ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou que a obrigatoriedade das autoescolas no processo de habilitação incentiva a ilegalidade no trânsito, já que milhões de brasileiros dirigem sem possuir CNH. Segundo ele, 54% dos donos de motocicletas não têm habilitação, índice que chega a 70% em alguns estados. O ministro destacou ainda que o modelo brasileiro é mais burocrático que o de outros países e que a proposta em discussão busca permitir que o cidadão “estude onde quiser”, reduzindo o custo para tirar a carteira em até 80%.
A proposta, que esteve em consulta pública até 2 de novembro de 2025, também prevê a uniformização das provas dos Detrans, com foco em conteúdos realmente relacionados à condução, como legislação de trânsito, direção defensiva e meio ambiente. Renan Filho reforçou que os exames teórico e prático continuarão obrigatórios, mas o governo pretende oferecer cursos preparatórios gratuitos. Segundo ele, o objetivo é simplificar o processo, manter a segurança no trânsito e ampliar o acesso à CNH no país.
Com informações do Metrópoles, parceiro do GMC Online, e Agência Estado.
