O segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizado nesta domingo, 10, apostou em tópicos atuais, como a vacina contra covid-19, impacto dos microplásticos na biodiversidade e matemática financeira. Como de costume, a prova explorou a capacidade de interpretação dos candidatos e questões interdisciplinares.
Os estudantes tiveram de resolver 90 questões de múltipla escolha, divididas em Matemática e suas Tecnologias (45 questões de Matemática) e Ciências da Natureza e suas Tecnologias (45 questões de Biologia, Física e Química).
A temática ambiental foi amplamente explorada na parte de Ciências da Natureza. A análise de professores que resolveram as questões é de que não foi uma prova difícil.
Segundo o professor de Biologia Fernando Roma, da Escola SEB Lafaiete, houve um predomínio de questões de ecologia e citologia. “Uma prova sem assuntos polêmicos, mas que trabalhou com temas atuais.”
O professor de Biologia Hilton Ramalho, do Colégio e Curso AZ, relata que o item que abordava o impacto de microplásticos perguntava em qual tecido a substância se acumulava no organismo animal. “A resposta era tecido adiposo”, explicou.
Outra questão abordava a produção da vacina contra covid-19 a partir da proteína spike, que é uma estrutura existente no SARS-CoV-2, e é responsável por ligar o vírus à célula humana.
Para Joyce Sousa, especialista em avaliações do SAS Educação, na prova de Ciências da Natureza houve prevalência de questões de Biologia. “No total, eram 18, contando questões interdisciplinares.”
Na prova de Biologia, uma das questões pedia que os estudantes analisassem duas espécies, a cobra coral verdadeira, encontrada na Amazônia, e a coral falsa, do Cerrado. Os candidatos eram perguntados sobre a vantagem competitiva adquirida pela coral falsa. “Não teve incidência de temas polêmicos”, resumiu Joyce.
Na avaliação dos educadores, a prova de Matemática não teve grau alto de dificuldade. “Estava em um nível bem semelhante ao do ano passado. Era uma prova mais fácil”, disse Joyce.
A prova trouxe temas que já tinham sido abordados em edições anteriores, como a “Cifra de César”, um código utilizado por Júlio Cesar para se comunicar com generais. A cifra apareceu na prova no contexto de uma questão de probabilidade.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.