‘Serra criminosa’: Trecho de rodovia com 37 cruzes assusta motoristas; ‘freio não suporta’


Por Redação GMC Online

Trinta e sete cruzes colocadas às margens da rodovia estadual ES-261, no Espírito Santo, chamam a atenção de motoristas que trafegam pelo trecho conhecido como “Serra da Morte”. As cruzes, de diversos tamanhos, cores e materiais, foram colocadas em homenagem às vítimas de acidentes fatais na região, que possui um alto índice de mortalidade.

Foto: Reprodução/TV Gazeta

O trecho, que liga Itarana, no Noroeste do Espírito Santo, a Santa Teresa, na Região Serrana, recebeu a denominação de “Serra da Morte” devido ao grande número de tragédias. Uma placa no quilômetro 46 já alerta os motoristas sobre o perigo, e ao lado dela, se acumulam as cruzes que lembram os acidentes fatais.

Desde a inauguração do asfalto na Serra do Limoeiro, em 1986, a comunidade local tem suas memórias marcadas por graves acidentes. Entre os mais notáveis, está o ocorrido em maio de 2021, quando um caminhão-tanque carregado com quase 25 mil litros de combustível perdeu o controle, colidiu com uma pedra e explodiu. Outro acidente significativo ocorreu em dezembro de 2012, quando um ônibus perdeu o controle ao descer a serra, deixando 41 pessoas feridas após colidir com um barranco.

Por que a rodovia com 37 cruzes é tão perigosa?

A rodovia estadual ES-261, ou “Serra da Morte”, desafia os motoristas que precisam passar pelo local. É o caso de Jedson Oliveira, motorista de ônibus. “É uma serra muito difícil da gente descer, tem que ser com a engrenagem bem reduzida, tem que prestar bastante atenção. Tem sinalização sim, as pessoas que realmente não olham”, disse ele em entrevista ao G1, em julho deste ano.

Renilton Scardua, produtor da região, ressalta os desafios enfrentados pelos caminhoneiros. “É uma região de montanha… Tem que descer em marcha forte. Às vezes, vemos caminhões descerem aqui em terceira ou quarta marcha, com carga. O freio não suporta”, afirmou, em maio, em entrevista à Gazeta, para quem Luis Ramos, radialista e pastor, também descreveu a serra com uma mistura de medo e respeito.

“Eu digo que é uma serra criminosa porque […] se você perder o freio, não tem para onde jogar o veículo. De um lado é barranco; de outro, ribanceiras altíssimas.” A falta de alternativas seguras para motoristas em situações de emergência torna a estrada ainda mais perigosa.

Ao G1, o Departamento de Edificações e Rodovias do Espírito Santo (DER-ES), responsável pela rodovia, informou que mantém equipes de conservação monitorando o trecho e anunciou um projeto de reabilitação da estrada, com início previsto para o segundo semestre de 2024.

Com informações do G1 e A Gazeta,

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