Síndrome de Pica: por que o transtorno recebe esse nome?


Por Isadora Hamamoto
Foto: Ilustrativa/Freepik

A alotriofagia, popularmente conhecida como “síndrome de pica“, ganhou repercussão nos últimos dias. Trata-se de um transtorno alimentar sério, no qual a pessoa apresenta uma vontade incontrolável de come qualquer coisa não comestível. Por exemplo: grama, terra, sujeira, cabelo, sabão e, até mesmo, fezes.

Mas porque a Síndrome de Pica tem esse nome? A resposta é que faz uma referência a uma espécie de pássaro conhecida como P. Pica. Esta ave, que também é conhecida como pega-rabuda, se alimenta de quase tudo que encontra.

O que causa da Síndrome de Pica?

Especialistas em Neurociência explicam que, na maioria das vezes, a Síndrome de Pica se manifesta com sintomas constantes e um quadro clínico compulsivo e pode ser decorrente de diferentes contextos, como estresse, ansiedade, anemia e, também, pela falta de eletrólitos no sangue, que são os minerais (ferro, zinco, cálcio, etc.). Além disso, o transtorno é bastante frequente em grávidas.

Conforme divulgado pelo portal O Tempo, Guízar Sánchez, do Departamento de Fisiologia da Faculdade de Medicina do México, explica que uma das principais causas da Síndrome de Pica é a deficiência de ferro.

“Existem pacientes com anemia que consomem giz, gesso ou sal, o que também ocorre em pessoas com forte deficiência de zinco e cálcio. Já em gestantes, o transtorno é comum devido ao desequilíbrio de cálcio e ferro, o que provoca uma maior demanda nutricional para o feto. Além disso, as mulheres costumam ingerir gelo, para evitar enjoos, e outras substâncias, para aliviar a gastrite e o refluxo”, esclarece Sánchez.

O pós PhD em Neurociência Dr. Fabiano de Abreu Agrela, que estudou o distúrbio em 2021, afirma que qualquer pessoa pode ser acometida pela síndrome, mas há contextos e grupos específicos mais suscetíveis ao transtorno:

Outras causas

Como diagnosticar?

De acordo com Agrela, a síndrome é apresentada quando pessoas sentem a vontade compulsiva e persistente de consumir coisas que não são consideradas alimentos ou não têm benefício nutricional. Além disso, é possível identificar o transtorno por meio de exames de urina e fezes e testes de imagem, como raios-X e ressonância magnética (RM). Pode ser feito, também, o eletrocardiograma (ECG ou EKG), que identifica desequilíbrios eletrolíticos ou infecções parasitárias, alguns dos fatores causadores do distúrbio.

O que pessoas com Síndrome de Pica podem querer comer?

Tratamentos

Para tratar a Síndrome de Pica, alguns métodos podem ajudar as vítimas do transtorno a superarem as compulsões. Sendo assim, são procedimentos psicológicos que, acompanhados por um profissional qualificado, podem apresentar um efeito positivo na vida de quem sofre com a síndrome:

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