O irmão do empresário Thiago Allan Freitas, de 38 anos, que ficou quase dois dias mantido em um cativeiro em Guayaquil, no Equador, detalhou em conversa com o Metrópoles, parceiro do GMC Online as ameaças feitas pelos sequestradores enquanto a família vivia momentos de angústia em São Paulo.
Thiago foi libertado na noite dessa quarta-feira, 10, pela polícia local, falou com o irmão por chamada de vídeo e reencontrou os três filhos que moram com ele na cidade equatoriana. “Ele só chorava, murmurava, não conseguia falar”, relata Eric Lorran Vieira, irmão de Thiago.
Ele diz que, após várias conversas com sequestradores e a orientação da polícia para interromper o contato, pensou que poderia se tratar de um golpe.
“Era mais ou menos 20h. Um número com prefixo 593 começou a me ligar em vídeo. Foram três chamadas seguidas. Fiquei com medo de que fosse algum sequestrador. E já tinham falado para a gente não atender mais ligação deles. Enquanto isso, mandei mensagem para o meu sobrinho para perguntar se ele sabia de alguma coisa, mas ele não sabia de nada. Ele falou: ‘Atende logo, estou com um pressentimento bom’”, afirma.
“Foi uma ligação muito bonita, emocionante mesmo. Primeiro mostrou a cara de um policial num carro. Mesmo vendo o policial, eu fiquei com medo. Vai que era um bandido com roupa de policial. Mas aí ele virou a câmera e mostrou meu irmão no carro. Eu já dei um berro imenso aqui em casa, a voz quase não saía. Meu irmão caiu no choro. Ele só chorava, murmurava, não conseguia falar. Ele só disse: ‘Eu tô bem’”, completa.
Eric diz que ele e o irmão queriam conversar por mais tempo, mas o policial que estava com Thiago desligou a ligação porque eles precisavam ir para a delegacia. Lá, Thiago detalhou aos policiais como foram os dias que passou sob posse dos sequestradores.