‘Sol artificial’ chinês quebra recorde mundial de temperatura e anima cientistas

O reator de fusão nuclear Tokamak Supercondutor Avançado Experimental (EAST, na sigla em inglês) estabeleceu um novo recorde mundial de temperatura na última sexta-feira. 28. Apelidado de ‘Sol artificial’, o equipamento atingiu a marca de 120 milhões de graus celsius, temperatura que se manteu durante 101 segundos, em experimentos realizados no Instituto Hefei de Ciências Físicas da Academia Chinesa de Ciências, em Pequim (CHI).
O objetivo dos pesquisadores é recriar, no equipamento, a mesma fusão nuclear que acontece no sol ou em outras estrelas. Os cientistas por trás do projeto acreditam que, quando o reator estiver funcionando da maneira correta, permitirá a produção de energia limpa em larga escala.
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No mesmo dia, o EAST já havia estabelecido um outro recorde de temperatura, de 160 milhões de graus celsius. Este número, no entanto, foi mantido por apenas 20 segundos. Os valores, no entanto, são cerca de 10x maiores do que a temperatura estimada do núcleo do sol, que é de “apenas” 15 milhões de graus celsius.

Em entrevista ao portal chinês Xinhua, o diretor do departamento de física da Universidade de Ciência e Tecnologia do Sul da China, Li Miao, comemorou os avanços no experimento. Ele explica que atingir uma temperatura superior a 100 milhões de graus celsius é um dos maiores desafios estabelecidos pela física nuclear. O próximo passo do experimento, agora, é conseguir manter esses valores por um longo período de tempo.
A próxima meta estabelecida pelos pesquisadores é manter o reator funcionando acima de 100 milhões de graus por 1 semana. Apesar disso, no entanto, eles estimam que o domínio total da tecnologia para a produção de energia limpa ainda deve demorar, ao menos, três décadas.