Com certeza você já sentiu uma intensa sensação de sono depois do almoço. Embora esse fenômeno seja natural, ele pode ser um sinal de que sua alimentação ou a sua rotina de sono não andam tão bem quanto deveriam.
A preguiça que sentimos após grandes refeições tem até nome técnico: letargia pós-prandial. Ela ocorre como parte da mudança de fluxo sanguíneo que ocorre no organismo assim que se inicia um processo digestivo. O estômago e o intestino passam a exigir mais sangue enquanto o cérebro perde parte desse combustível para que o corpo priorize a absorção de nutrientes.
Apesar de ser um fenômeno parcialmente natural, a sonolência após o almoço está ligada aos hábitos alimentares e níveis de descanso de cada um. Por isso, quando ela é incontrolável —como quando ficamos pescando ao voltar ao escritório após o almoço— é preciso revisar a rotina e identificar os possíveis gatilhos que estão levando a um cansaço tão extremo.
“O fundamental é dormir bem durante a noite. Refeições leves evitando gorduras, frituras e excesso de proteína animal também contribuem para manter o corpo mais ativo”, explica o endocrinologista Marcio Krakauer, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP).
Veja conselhos para evitar o sono depois do almoço
1. Evite alimentos com muito triptofano
O almoço é o momento em que costumamos consumir os níveis mais altos de alimentos ricos em triptofano, como leite, carnes, peixes, queijos, cereais e castanhas. Os alimentos estimulam a produção de serotonina, um neurotransmissor associado ao relaxamento e que, por isso, causa sonolência.
“A produção de serotonina pode deixar o corpo mais predisposto a descansar, especialmente quando combinada com refeições volumosas”, explica o nutrólogo Daniel Magnoni, da Rede de Hospitais São Camilo.
2. Modere o tamanho das refeições
O tamanho das refeições desempenha um papel crucial no cansaço, por isso costumamos sentí-lo mais intensamente após o almoço. Para evitar a fadiga, o ideal é fazer refeições balanceadas e em porções moderadas, combinando proteínas, gorduras saudáveis e saladas.
“Comer em excesso, independente do tipo de alimento, também sobrecarrega o corpo. Uma estratégia simples é reduzir o tamanho das porções e mastigar lentamente, permitindo que o corpo registre a saciedade antes que você coma mais do que precisa”, aconselha Magnoni.
3. Cuidado com os docinhos
Diante da sensação de cansaço pós-almoço, o corpo aumenta a vontade de comer doces como uma tentativa de recuperar, através dos picos de energia causados por estes alimentos, a energia para lidar com a rotina. Ceder a essa tentação, porém, pode ser prejudicial.
“Os doces podem causar picos de glicose no sangue seguidos de quedas rápidas, o que aumentaria ainda mais o cansaço após a refeição. O ideal é optar por frutas para evitar os aumentos exagerados”, aconselha Krakauer.
4. Cuidado com o álcool
O consumo de bebidas alcoólicas durante as refeições também pode agravar o quadro de cansaço. Se sentir necessidade de acompanhar a refeição com uma bebida, prefira sucos naturais, água ou chás. O álcool é um depressor do sistema nervoso central, o que significa que ele desacelera as funções do corpo, incluindo a atividade cerebral.
5. Mastigue devagar
O processo digestivo exige mais sangue para lidar com o bolo alimentar, que é composto por porções maiores e mais difíceis de digerir quando mastigamos pouco, além de se acumular muito rapidamente. Tomar um tempo mais prolongado para fazer a refeição evita o acúmulo.
6. Mexa-se após a refeição
Uma caminhada leve pode ajudar a combater o cansaço e estimular a digestão. A atividade física, mesmo que de baixa intensidade, aumenta o fluxo respiratório e permite que o cérebro volte a ter níveis adequados de oxigenação, sem levar à letargia pós-prandial.
7. Não deixe de tomar água
Beber água ao longo do dia, inclusive entre as refeições, ajuda a otimizar o metabolismo e melhora a circulação sanguínea, o que evita a falta de combustível no cérebro durante o processo digestivo. Além disso, manter o corpo hidratado reduz os níveis de fome e permite que as refeições sejam feitas em porções menores.
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