O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, anunciou nesta segunda-feira, 11, a criação de uma força-tarefa para apurar o assassinato do empresário Antonio Vinicius Lopes Gritzbach. PMs que faziam a escolta da vítima eram investigados havia um mês e Derrite falou de “conduta criminosa”.
“Celulares de PMs foram apreendidos e eles terão de explicar o que faziam. O simples fato de fazer serviço extracorporação não é permitido. E estavam fazendo isso para um criminoso. Não há de se falar só de transgressão disciplinar, mas de eventual conduta criminal dos policiais”, disse.
PMs de São Paulo na ativa são proibidos de fazer escolta, segurança particular ou qualquer outra atividade externa à corporação. O descumprimento é infração ao regimento interno da instituição e pode ser punido até com a expulsão. Segundo Ivelson Salotto, advogado que teve Gritzbach como cliente, os quatro agentes são de “extrema confiança”. Ele agora faz a defesa deles.
Conforme o secretário, alguns fatos chamam a atenção, como os policiais terem se atrasado em ir ao aeroporto de Cumbica. “Fazia um mês que a Corregedoria da PM investigava a escolta do Gritzbach”, disse. O inquérito policial-militar teve origem quando o PM da assessoria do Tribunal de Justiça viu a Amarok e a Trail Blazer que traziam o réu para depor no tribunal do júri e imaginou que eram policiais militares que o escoltavam.
Corrupção
O secretário afirmou ainda que vai investigar as denúncias de corrupção policial feitas por Gritzbach em sua delação. “Nós não temos problema nenhum em apurar e depurar desvios de conduta, seja na Polícia Militar ou na Polícia Civil. Ele (Gritzbach) fala de fatos de 2021 e 2022, antes de nossa chegada aqui.”
O chefe da força-tarefa será o número 2 da Secretaria da Segurança Pública, o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, secretário executivo da pasta. Conforme apurou a reportagem, a federalização do caso foi cogitada, mas a opção depois foi abrir um inquérito em colaboração com as autoridades paulistas.
Apuração
Em relação à ação de sexta, a polícia acredita que os criminosos tinham a intenção de colocar fogo no veículo usado no assassinato de Gritzbach, mas não o fizeram. O Volkswagen Gol preto foi apreendido em Guarulhos, a poucos quilômetros do local do crime. “Os criminosos estavam com luvas e esconderam rostos, mas foi colhido material genético no veículo”, disse o secretário. Foram apreendidos três fuzis e uma pistola.
Gritzbach já havia sido alvo de um atentado na véspera do Natal de 2023, quando um tiro de fuzil foi disparado contra a janela do apartamento onde morava, no Tatuapé. Ele estava no centro de uma das maiores investigações de lavagem de dinheiro do PCC.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.