O sul da Turquia e o norte da Síria sofreram forte terremoto com magnitude de 7,8 graus na manhã desta segunda-feira, 6. Pelo menos 1.300 pessoas morreram, e as autoridades contam com a péssima expectativa de que esse número vai aumentar nas próximas horas. São 912 mortes na Turquia e 467 na Síria.
Há relatos de centenas de vítimas sob os escombros, principalmente em pequenas vilas nos dois países. Equipes de resgate vasculham montes de destroços em cidades e vilas em toda a área à procura de sobreviventes.
O número de feridos ainda é incerto, mas agências de notícias e órgãos de governo acreditam que passe de 3 mil em território turco e sírio.
A organização Capacetes Brancos, da Síria, mostrou um dos resgates de sobreviventes. Veja:
Scenes from the rescue of a man, his wife and their child, alive, from under the rubble in the city of Sarmada, north of #Idlib, after the #earthquake in NW #Syria, today, Monday, February 6. pic.twitter.com/HLdD89BfJV
— The White Helmets (@SyriaCivilDef) February 6, 2023
Destruição
Agências de notícias relatam que edifícios desabaram em uma faixa de fronteira entre que se estende das cidades de Aleppo e Hama, na Síria, até Diyarbakir, na Turquia, a mais de 330 km a nordeste.
Quase 900 edifícios foram destruídos nas províncias turcas de Gaziantep e Kahramanmaras, disse o vice-presidente Fuat Otkay. Um hospital desabou na cidade costeira mediterrânea de Iskanderoun, mas não se sabe o total de vítimas. “Infelizmente, ao mesmo tempo, também estamos enfrentando condições climáticas extremamente severas”, disse Oktay a repórteres.
O epicentro do terremoto foi registrado na região entre as cidades de Gaziantepe e Kahramanmaras, a uma profundidade de 10 a 24 quilômetros, segundo os serviços geológicos dos EUA e da Alemanha, que monitoram fenômenos do tipo em todo o mundo.
Imagens publicadas nas redes sociais logo mostraram os primeiros efeitos do terremoto, com o desabamento de algumas construções. A transmissão da rede de TV estatal TRT mostrou moradores saindo às ruas sob neve para avaliar os estragos em alguns locais.
Também houve sismos secundários, cerca de dez minutos depois do primeiro, de magnitudes que chegaram a 6,7, segundo a agência Associated Press. Autoridades de Diyarbakir afirmaram que 17 edifícios colapsaram e que há registro de pessoas presas nos escombros. Em Malatya foram mais de cem edifícios atingidos.
O ministro do Interior afirmou que a prioridade nesse momento é resgatar feridos. O serviço geológico americano alertou para o risco provável de um número grande de vítimas. Segundo testemunhas relataram à agência de notícias Reuters, o tremor durou cerca de um minuto. Relatos indicam que seus efeitos foram sentidos também em cidades de países próximos.
O presidente do país, Recep Tayyip Erdogan, tuitou para manifestar solidariedade às vítimas e destacar que os serviços de emergência e resgate foram acionados, para trabalhar em conjunto sob coordenação da Autoridade de Gerenciamento de Desastres e Emergências (AFAD, na sigla em turco), com apoio dos ministérios da Saúde e do Interior. “Esperamos superar esse desastre juntos, o mais rápido possível e com o mínimo de danos”, escreveu.
Na Síria, o regime relatou desabamentos nas cidades de Aleppo e Hama. Na capital, Damasco, pessoas saíram às ruas com medo devido ao tremor – o mesmo ocorreu em Beirute, no Líbano. Cidades de Chipre e Israel também foram afetadas.
A região de Gaziantepe é um importante centro industrial da Turquia. Atravessado por grandes falhas geológicas, o país está entre os mais propensos a tremores do mundo. Em 1999, um sismo de magnitude 7,4 sacudiu a cidade de Izmit, no noroeste, causando mais de 17 mil mortes e deixando mais de 500 mil pessoas desabrigadas.
Em 2011, um tremor de 7,1 na província de Van matou mais de 600 pessoas. Em janeiro de 2020, 40 pessoas morreram durante um sismo de magnitude 6,8 na província de Elazing. Meses depois, em novembro, novo episódio em Esmirna fez quase cem vítimas e provocou um pequeno tsunami que inundou cidades próximas e causou danos severos na costa da Grécia.
A Turquia está sobre o encontro de duas placas tectônicas – uma espécie de bloco que flutua sobre o manto, uma das camadas no interior da Terra. As placas podem se mexer, de forma divergente (movendo-se em direções contrárias), convergente (chocando-se uma contra a outra) e transformante (movendo-se lateralmente); os dois últimos movimentos costumam causar terremotos. (Com agências internacionais).
Com informações da Agência Estado e do Metrópoles, parceiro do GMC Online. Clique aqui e leia a reportagem completa.