
A alimentação de bebês é extremamente importante, já que ela vai ajudar no desenvolvimento da criança. Por isso, é necessário saber o que pode e, principalmente, o que não pode ser ingerido.
A reportagem do GMC Online conversou com a nutricionista Tassia Camila de Queiroz Martins a fim de entender melhor sobre a alimentação de bebês até os dois anos de vida.
Leite Materno
O primeiro ponto e mais fundamental ponto citado pela nutricionista foi a ingestão do leite materno. Segundo ela, este é o melhor alimento que o bebê pode receber, exclusivamente, entre o seu nascimento e até os seis meses.
Ele contém todos os nutrientes que o bebê precisa, toda composição energética, de macronutrientes como proteínas, carboidratos e lipídios, além de vitaminas, minerais e hidratação. Sim, o leite materno é rico em água, ressalta Tassia.
Além disso, o leite materno possui algo que a indústria não consegue copiar: os anticorpos.
“Isso faz com que o bebê fique mais protegido contra algumas doenças infecciosas, gastrointestinais, gastroenterites e de modulação intestinal. Então o leito é muito completo”, acrescenta.
A fórmula infantil, um substituto do leite materno desenvolvido industrialmente, é um leite de vaca modificado. No entanto, a fórmula não vai garantir imunidade proporcionada pelo leite materno.
Até os seis meses de vida, o bebê não precisa nenhum outro tipo de alimento como papinhas, chás, ou água. Quando o aleitamento materno não é possível, ele é substituído pela fórmula infantil.
Após os 6 meses
“Essa é a idade ideal para que o bebê comece a se alimentar e, desde o início, podem ser oferecidos todos os grupos alimentares considerados saudáveis e nutritivos, são eles: raízes e cereais, legumes e leguminosas, carnes e ovos, peixes, frutas e hortaliças”, explica a nutricionista.
A alimentação deve ser distribuída em três partes. No primeiro mês da introdução alimentar, do 6º ao 7º mês, o bebê pode comer uma fruta no café da manhã, um almoço com os componentes dos grupos alimentares saudáveis e nutritivos e no café da tarde, outra fruta pode ser ingerida.
A partir do 7º mês em diante, a janta já pode ser incluída e, assim, sucessivamente com a alimentação do bebê já vai se dando forma como a dos adultos.
O aleitamento materno deve ser continuado dos seis meses até os dois anos, já que continua garantindo os nutrientes necessários para seu desenvolvimento. Segundo a nutricionista, na maioria dos casos, os bebês se alimentam muito pouco de comida dos seis aos 12 meses de vida.
“Depois de um ano, ele já começa a mamar um menos, porque vai entendendo que a comida também mata a fome dele, […] ele já vai diminuindo mais ainda é muito importante. Para se ter uma ideia, 95% da vitamina C que o bebê precisa receber está no leita materno”, afirma Tassia.
Alimentos proibidos
“Do 6º mês até os 12 meses, não pode então o sal, açúcar, alimentos industrializados, ultraprocessados muito menos, sucos também não podem”.
Sucos
O suco causa polêmica. Isso porque a recomendação de proibir o seu consumo pelo bebê ainda é recente. A nutricionista diz que essa “proibição” está associada com o desenvolvimento de obesidade futura, sobrepeso, diabetes e outras doenças. Isso acontece porque o suco é ingerido em maior quantidade do quando você dá uma fruta pro bebê.
“Além de ele perder as fibras, porque quando a fruta é espremida, na hora de se processar um suco, de fazer um suco, ele perde todas as fibras, isso também ajuda a liberar mais frutose da fruta. Quando isso cai na corrente sanguínea do bebê, ela vai com uma intensidade muito rápida, então é muito açúcar da frutose entrando no organismo do bebê que ainda é tão sensível e imaturo para receber uma quantidade de glicose tão alta, sendo que a insulina dá conta disso tudo”.
Tassia diz que já foram feitos vários estudos sobre o tema e que esta é a nova recomendação presente tanto no Manual de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, quanto no Guia do Ministério da Saúde para menores de dois anos.
Açúcar
“O bebê ainda não consegue também, processar isso, visto que se nem o suco pode, imagina os açúcares. Eles não são recomendados até os dois anos, justamente por também atrapalhar o paladar do bebê que é formado durante esses dois primeiros anos de vida”.
A questão do paladar também é um dos fatos que reforça a necessidade da ingestão de alimentos naturais, voltado para uma alimentação saudável.
Segundo a nutricionista, o ser humano já nasce com a preferência ao sabor doce, então é muito fácil dos bebês gostarem, caso seja oferecido a eles qualquer tipo de alimento açucarado, podendo prejudicar o interesse por outros alimentos.
Alimentos Industrializados
“Eles têm muitos conservantes, muitos edulcorantes, emulsificantes, vários produtos químicos que o organismo do bebê ainda não está apto pra receber esse tipo de alimento”, aleta Tassia.
As substâncias podem ser muito prejudiciais à saúde do bebê. Estão inclusos, enlatados, embutidos, alimentos de pacotes, bolachas, biscoitos, tudo é proibido. “Refrigerantes também são proibidos até os dois anos de idade, visto que tem muito açúcar, muitos conservantes também”, complementa.
Sal
Ele é proibido até os 12 meses. Há uma recomendação de 2019 do Ministério da Saúde que fala que pode adicionar um pouquinho de sal na alimentação dele. Contudo, a nutricionista adverte:
“Quando a gente olha os dados, sabemos que os brasileiros tem o costume de ingerir sal além da quantidade recomendada para nós adultos. Então eu, na minha posição, como profissional, ainda digo que é melhor esperar ter um ano para o bebê poder ingerir sal, visto que já existe uma quantidade de sódio intrínseca dos próprios alimentos que o bebê já vai estar ingerindo uma quantidade natural dos próprios alimentos”.
Mel
A proibição vai até os dois anos. Tassia diz que se for consumido antes e que o mel estiver contaminado com uma bactéria chamada Clostridium botulinum, pode ser fatal para a criança.
“Todo o sistema gástrico e intestinal do bebê não dá conta de combater essa bactéria, então é muito perigoso. Depois do primeiro ano de vida, ainda continua não sendo recomendado, por mais que o sistema imune do bebê já esteja mais fortificado”.
Além disso, é um alimento que tem um alto potencial de açúcar, em níveis de glicose, para um bebê receber.
Leite de Vaca
Ele não é recomendado no primeiro ano de vida, já que até o aleitamento materno, ou por fórmula infantil, quando necessário, deve ser feito exclusivamente até os seis meses e junto com a introdução alimentar até os 12 meses.
“O leite de vaca não compõe todos os nutrientes. Ele é pobre em ferro, então o pouco de ferro que ele tem não é absorvido bem no organismo do bebê. Ele tem uma quantidade de sódio muito alta, de proteínas, então não é interessante para o bebê consumir. Ele é considerado um alimento pesado para o organismo do bebê”, relata Tassia.
Segundo a nutricionista, a mãe que não tem condições de amamentar, ou de dar a fórmula infantil, e acaba por optar pelo leite de vaca, deve ter um acompanhamento mais de perto do bebê. Isso é importante para ver se wlw está recebendo todas as vitaminas e alimentação após os seis meses.
“Depois do primeiro ano de vida, o bebê pode estar recebendo o leite de vaca. A mãe pode trocar, não tem problema. Mas se ela ainda puder continuar com a fórmula infantil, seria o mais ideal visto que ele ser mais completo e mais parecido com o leite materno. Entre o 1º e o 2º ano, ainda é interessante que o bebê receba todas as vitaminas, minerais e todos os nutrientes essenciais”, finaliza a nutricionista.
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