Mãe de ‘quíntuplos do Paraná’ relata diagnóstico de autismo em um dos bebês
A mãe dos famosos ‘quíntuplos do Paraná’ relatou recentemente em seu perfil no Instagram, que um dos bebês, de 1 ano e 3 meses, foi diagnosticado com autismo. Anieli Kurpel dividiu a descoberta em um post emocionante para seus mais de 376 mil seguidores na rede. Ela conta que começou a reparar que o pequeno Jhordan se comportava de maneira diferente dos irmãos aos 10 meses de idade.
Além do post, a mamãe também continuou falando sobre o caso em uma série de stories. Kurpel explica que, no início, ao reparar alguns sinais, pensou que o problema do filho pudesse ser outro, como um problema de audição. Após algum tempo, a mãe decidiu buscar ajuda médica.
“Comecei a desconfiar quando Jhordan tinha 10 meses. Eu o chamava, mas ele não olhava para mim, pensei ser problema de audição e procurei ajuda médica. Ele não olhava bem para os meus olhos, ficava olhando para minha boca e cabelo, não gostava que a gente ficasse beijando ele. Além disso, ficava brincando sozinho em um cantinho, longe dos outros bebês”, declarou a mãe dos quíntuplos do Paraná, durante os stories.
Primeiro caso registrado de quíntuplos do Paraná
Morando em Chopinzinho, no sudoeste do Estado, o casal Anieli e Luiz Fernando, pai dos bebês, ganhou notoriedade no início de 2019. Devido à complexidade e o alto grau de risco da gravidez, a mãe precisou ser internada no mês de julho do ano passado, aos cinco meses, e aguardou o restante da gestação no Hospital do Rocio, em Campo Largo (Região Metropolitana de Curitiba). As crianças ficaram conhecidas como os “quíntuplos do Paraná”.
Autismo é uma síndrome que tem origem na formação do cérebro
Em uma entrevista à CBN Maringá concedida no dia 3 de novembro de 2020, o psicólogo e Doutor em psiquiatria José Raimundo Facion explicou que o autismo possui origem ainda na formação cerebral. Estudando o assunto há 40 anos, o pesquisador afirmou que o diagnóstico precoce ainda é a melhor alternativa para que a criança receba o tratamento mais adequado, mas ponderou que ainda não existe um método claro para detectar o autismo.
“Não temos até hoje nenhum exame clínico, seja por imagens, sangue ou urina, que detecte o autismo. Ele sempre é diagnosticado através da observação de alguns sintomas”, declarou.
O especialista também explicou quais são os sintomas mais comuns e tirou uma série de dúvidas sobre o tema. CONFIRA ABAIXO:
Quais sinais devemos observar na criança para um possível diagnóstico?
R: Aquela criança que não consegue manter o contato olho no olho, que parece que é surda, porque se chama pelo nome e ela (a criança) não responde e, quando uma criança com autismo chega a falar, pois muitas não vão conseguir falar, ela sempre responde na terceira pessoa. Fiz uma publicação, há uns 30 anos, quando estava na Alemanha, com cerca de 73 sintomas que podemos observar no autismo, mas existem 14 que chamamos de ‘sintomas cardeais’. Para se diagnosticar o autismo, o médico ou especialista da área precisa reunir um conjunto desses sintomas.
Temos a impressão que o número de casos de autismo está aumentando. Está mesmo? Ou as pessoas estão tendo mais facilidade para receber os diagnósticos?
R: A doença aumenta na medida que a população também aumenta e, na medida que a população cresce, proporcionalmente crescerá o número de pessoas com autismo. Por outro lado, detectamos mais hoje, do que 20 ou 30 anos atrás, pessoas recebendo diagnósticos sobre autismo em crianças mais novas, de 1 ano e meio ou 2 anos, pois as famílias tem nos buscado mais cedo.
Quais são as causas do autismo?
R: O autismo é definido como uma ‘pessoa voltada para si só’, uma pessoa ‘encapsulada’. Até os dias atuais, ainda não se sabe, exatamente, o que causa essa condição. Antigamente, se pensava na mãe que rejeitava o filho, já ouvimos de tudo. Hoje, mais claro do que nunca, tudo indica que o autismo seja um distúrbio de ordem neurológica.
O senhor já falou de diversas causas que podem estar relacionadas ao autismo. Vacinas e mudanças climáticas, dois fatores citados popularmente, também podem ter relação?
R: Se essas coisas como vacinas e mudanças climáticas tivessem relação, mais da metade da população do mundo teria que ser autista (risos). São mitos, mas é bom que se levantem hipóteses. O ruim é quando querem se levantar afirmações claras sem conhecimento científico.
De que forma se pode melhorar a condição de vida e a evolução de uma criança autista?
R: Primeiramente, o Brasil precisa, mais do que nunca, capacitar profissionais qualificados para lidar com pessoas com autismo. Sabemos, atualmente, que as condutas que apresentam mais resultados para amenizar os sintomas vem de pessoas que trabalham na Análise Aplicada do Comportamento, que entende sobre como instalar e desinstalar um hábito. Por exemplo: uma criança que ainda não sabe ir ao banheiro sozinha, qual conduta devo aplicar? Existe uma série de treinamento, nesse sentido, que ensinam a criança ser mais autômoma.
