57 trabalhadores em condições análogas à escravidão são resgatados na região; 45 são indígenas
O Ministério do Trabalho resgatou 57 trabalhadores em condições análogas à escravidão em Itambé, no interior do Paraná. 45 são indígenas. Eles foram abordados nas próprias aldeias com promessas de trabalho.
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Os trabalhadores são de Mato Grosso do Sul e vieram trabalhar em uma usina de açúcar em São Pedro do Ivaí, interior do Paraná. Eles foram resgatados no alojamento, na cidade de Itambé.

As condições do local eram bastante precárias. Segundo apurou a fiscalização do Ministério do Trabalho, os trabalhadores não tinham alimentação, transporte, itens de higiene, não recebiam salário e não tinham registro em carteira.
Em entrevista a TV Globo, o auditor fiscal do Ministério do Trabalho, Edvaldo dos Santos Rocha, relatou a situação encontrada.
“Esses trabalhadores estavam lá desde 13 de julho e tinham recebido zero de salário. Eram indígenas. Eles não tinham para onde ir. Não tinha como voltar. Não tinham salário e estavam com fome. Isso foi muito grave. Eles estão desnorteados e sem rumo. Então é muito difícil encontrar, mesmo depois de 20 anos de trabalho, ver uma situação dessa de penúria. É difícil. É difícil entender. Só estando lá.”

A fiscalização foi realizada pelo Ministério do Trabalho na semana passada a pedido do Ministério Público do Trabalho, que nessa terça-feira, 21, firmou um termo de ajustamento de conduta com a usina.
A empresa deverá pagar até esta quinta-feira, 23, as verbas rescisórias e demais valores devidos aos trabalhadores. A empresa também deverá pagar o transporte de retorno dos trabalhadores aos municípios de origem. Se descumprir um termo de ajustamento de conduta a Usina será multada em 100% dos valores acordados.
O TAC é emergencial, e independentemente dele as autoridades seguem com inquérito civil e podem adotar outras medidas judiciais, se necessário.
A CBN tenta contato com a empresa.
