Álbum de figurinhas do Zequinha, clássico personagem paranaense, está de volta

O álbum de figurinhas do Zequinha, clássico personagem paranaense, foi relançado em março deste ano – mês do aniversário de Curitiba. O ilustrador da nova edição é Nilson Müller, o mesmo que desenhou a versão da década de 1970, criador de diversos outros personagens de destaque. O novo álbum conta com 200 imagens diferentes e 8 figurinhas especiais, permitindo que também as novas gerações possam conhecer, colecionar e trocar as figurinhas do famoso Zequinha.
Nilson Müller e sua família sempre tiveram o interesse de relançar o álbum do Zequinha e produtos diversos do personagem, mas esbarravam na questão da falta do registro da marca do personagem. No fim de 2020, os empresários João Luís Vieira Teixeira e Robson Krieger – que chegaram a colecionar as figurinhas na década de 1970 e tinham interesse em disponibilizar os produtos em seu portal de vendas chamado “Sambay Express” -, assumiram o encargo de providenciar o registro. Assim, foi feito o pedido junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) para registro da marca “Zequinha by Nilson Müller” – em fase final de registro.
Além do álbum de figurinhas, diversos outros produtos do Zequinha foram lançados, como bolas de gude, baldinhos para pipoca, bambolês, camisetas, relógios de parede, fones de ouvido e outros. Há, atualmente, uma loja física do Zequinha, localizada nas ruínas de São Francisco, no centro histórico de Curitiba. A inauguração oficial será feita assim que a pandemia permitir. Por enquanto, as compras podem ser feitas pelo site: lojadozequinha.com.br, e em algumas bancas de jornais do Estado.
“Sempre fui colecionador, sempre gostei de antiguidades, objetos de arte, um pouco de tudo. Tenho todos os álbuns do Zequinha, de todas as versões. No ano passado, em contato com o Nilson e a família dele, pensamos: ‘temos que relançar o álbum’, porque realmente tinha um apelo muito grande para que isso acontecesse. Foi um prazer poder fazer parte deste belíssimo projeto. […] Foi tudo pensado por colecionadores para colecionadores”, explicou João Luís Vieira Teixeira ao GMC Online.

A notícia do retorno do Zequinha foi comemorada pelo aposentado Paulo Cesar Recchia de 55 anos, morador de Maringá, que colecionou as figurinhas em 1979 e agora está montando a nova edição com a ajuda da filha caçula Anna Clara Recchia, de 16 anos.
“O álbum do Zequinha representa para mim um belo e nostálgico momento de retorno à infância e adolescência. Eu, com 13 anos de idade, fui um dos milhares de paranaenses que participaram daquela segunda edição do álbum do Zequinha. Na época, era um frenesi em busca das figurinhas e álbuns, que foi lançado pelo Governo do Paraná para incentivar a arrecadação de impostos no Estado. Leva-se notas e recibos fiscais e trocava-se por figurinhas e álbuns. […] E hoje, em 2021, a família paranaense pode mais uma vez relembrar e curtir, com novas e atualizadas situações e viagens de nosso palhaço Zequinha. Viagens pelo Paraná e pelo mundo, abordando ainda profissões e situações do cotidiano moderno. Uma oportunidade ímpar de curtir com seus filhos e netos, que agora podem ter suas próprias lembranças deste prazeroso colecionar que o álbum do Zequinha nos proporciona”, detalhou em entrevista ao GMC Online.
História do Zequinha
O personagem Zequinha surgiu no fim da década de 1920, estampado nas embalagens de balas simples, de açúcar e corante, de uma empresa paranaense chama “A Brandina”, fundada pelos irmãos Sobania, de origem polonesa. O desenho teria sido inspirado em um famoso palhaço paulista. Alberto Thiele e Paulo Carlos Rohrbach desenharam as primeiras figuras, em que Zequinha foi um pouco de tudo: de ladrão a galanteador, de nervoso a condenado, de relojoeiro a escafandrista. As balas tiveram grande sucesso e foram relançadas ao longo das décadas seguintes, até meados de 1960, através de diversas empresas que haviam adquirido os direitos da marca.
Em 1979, as figurinhas foram relançadas, dessa vez para serem coladas em álbum próprio, o chamado “Clube do Zequinha”. O criador de sua nova imagem foi o renomado artista Nilson Müller, que desenhou um Zequinha mais “rechonchudo” e animado. O álbum e as figurinhas eram trocados por notas fiscais, em uma campanha idealizada pela agência PAZ e lançada pelo Governo do Paraná. No ano seguinte, foi lançado o álbum “Caravana do Zequinha”, também com ilustrações do artista Nilson Müller, mas em outra apresentação. Diversas figurinhas, juntas, formavam mosaicos de página inteira.
Já em 1986, surgiu outro álbum para colar as figurinhas lançadas, o “Festival das Figurinhas Zequinha”. Elas já não vinham mais embrulhadas em balas, mas eram as mesmas estampas das versões das décadas de 1920 a 1960, e eram vendidas junto com doces. Em 2021, novamente pelas mãos do artista Nilson Müller, o álbum foi relançado.
