Aos 70 anos, moradora da região realiza sonho de ingressar na universidade


Por Redação GMC Online
image
Foto: Lais Morais

Sonhos não envelhecem. Este trecho entoado na música de Milton Nascimento resume bem a história da paranavaiense Cenita Penha Pereira Baratella. Aos 70 anos de idade, ela realizou o sonho de ingressar na universidade e o que foi adiado por décadas…finalmente tornou-se realidade.

Atualmente, a Universidade Estadual do Paraná (Unespar) campus Paranavaí tem 5 universitários idosos. Entre eles, a aposentada que passou no vestibular de Matemática. Em entrevista ela falou que a vontade de cursar o ensino superior sempre esteve no coração. Com lágrimas nos olhos, relembrou que o caminho até voltar às salas de aula não foi fácil.

“Para terminar o colégio foi complicado, pois morava em sítio e meu pai trabalhava como lavrador ambulante, então nunca ficávamos em um mesmo lugar. Terminei o ginásio mais tarde e sempre quis entrar na faculdade. Mas, depois que casei, meu marido não deixava eu trabalhar e nem estudar. Falava que era bobagem. Não chegava a impedir de fato, mas também não apoiava”.

Foto: Reprodução

Determinada, Cenita arranjou outros afazeres para distrair a mente e passou a estudar órgão e piano. Após a pandemia, abriu um MEI e começou a empreender. “Meu esposo sempre trabalhou com vendas. Era complicado, pois ele não deixava eu trabalhar e ainda reclamava quando eu gastava com alguma coisa. Então, comecei a fabricar doces e vender. Hoje é o que nos mantém e também foi o que nos ajudou a criar quatro filhos”, comentou aos risos.

Mesmo sem apoio do marido, a aposentada aproveitava todas as oportunidades para estudar e esperava ele sair de casa para espalhar os livros sobre a mesa. “Quando eu decidi que entraria na universidade ele estipulou uma condição: que eu tivesse um carro pelo menos. Então guardei dinheiro durante um tempo e comprei escondido dele. Fiz o vestibular e passei em Matemática, algo que sempre gostei. Passei na raça, com muito estudo”.

A universitária de 70 anos pretende seguir na graduação até conseguir o diploma. “Sempre falo pra todo mundo: estude. Os estudos abrem muitas portas. Ainda não sou formada, mas sempre tive na cabeça que o estudo é tudo na vida de uma pessoa. Se sou o que sou o hoje, é porque fui atrás sozinha. Hoje meu marido aceita e sempre digo a ele que se nós temos o que temos é porque eu nunca desisti”, ressalta.

Cenita também já cursou três anos de Direito, mas na época precisou parar para cuidar da saúde. Agora como universitária novamente, ela afirma que estudar é uma forma de distrair a mente e ocupar tempo. “Não pretendo dar aulas, por causa da minha idade. Está tarde para seguir na profissão. O importante é que poderei dizer que finalmente realizei um sonho, independente da demora”, concluiu emocionada.

As informações são do Portal da Cidade Paranavaí.

Sair da versão mobile