Após cair de skate, menino do Paraná tem pernas amputadas por infecção: “Ele diz que renasceu”, relata mãe
Um simples tombo de skate mudou para sempre a vida do pequeno Joseph Bressan, hoje com 10 anos, morador de Pato Branco, no sudoeste do Paraná. Em 2023, quando tinha apenas 8 anos, Joseph ralou o joelho enquanto brincava na frente de casa. O que parecia um ferimento comum evoluiu para uma infecção generalizada grave, que resultou na amputação das duas pernas.
Joseph já tinha um histórico delicado de saúde: aos dois anos, precisou retirar o baço após uma complicação intestinal. Desde então, vivia com imunidade baixa, tomando medicamentos e vitaminas continuamente, segundo contou a mãe, Elisa Bressan, em entrevista ao Portal GMC Online.

Dois dias após o acidente, Joseph apresentou febre alta e confusão mental. Foi levado às pressas ao hospital, onde a suspeita inicial era meningite. Os médicos, no entanto, identificaram uma infecção bacteriana severa. Ele foi intubado e passou sete dias em coma. Os médicos estimavam menos de 20% de chance de sobrevivência.
A bactéria atacou braços, pernas, orelhas, nariz e boca, provocando necrose nos membros como mecanismo de defesa do corpo para preservar os órgãos vitais. Após 14 dias, a infecção foi controlada, mas os danos já eram graves. Joseph passou por sessões de oxigenoterapia hiperbárica e diversos tratamentos circulatórios, mas seus pés não resistiram: foi necessária uma amputação bilateral abaixo dos joelhos.
“Ele ficou em estado de choque. Virou de lado na cama e ficou olhando para a parede por meia hora até adormecer. Foi a cena mais triste que já vi”, lembra Elisa. A família contou com o apoio de psicólogos para dar a notícia e prepará-lo emocionalmente para a nova fase da vida.
Após 40 dias internado, Joseph voltou para casa. Chorou nos primeiros dias, dizendo sentir saudade dos pés. Mas com o tempo, começou a se adaptar. Com ajuda de uma campanha promovida pela televisão local, a família arrecadou R$ 50 mil para comprar as próteses.
Hoje, Joseph faz natação três vezes por semana e também treina na academia. Ele se apaixonou pela água e já treina para competir, sonhando em participar de uma paralimpíada. “Ele nunca deixou de sorrir, mesmo no começo. Sempre foi muito alegre. Ele ama as próteses e sente orgulho de usá-las”, conta a mãe.
Para lidar com os desafios e ajudar outras pessoas, a família criou um perfil nas redes sociais que hoje tem mais de 40 mil seguidores. Lá, Joseph compartilha a rotina, mostra suas conquistas com as próteses e seu processo de aceitação. “Ele diz que renasceu”, afirma Elisa.
