Segundo fontes internas e declarações já públicas da empresa, a preparação para a nova fase de ampliação da Horse Brasil, que prevê um aporte de R$ 546,4 milhões para modernizar e expandir a operação em São José dos Pinhais, já envolve ajustes de layout, redistribuição de áreas industriais e treinamentos técnicos que antecedem a chegada dos novos equipamentos.
O investimento faz parte do ciclo total de R$ 865,7 milhões previsto entre 2023 e 2028, dentro do programa Paraná Competitivo.
Nacionalização muda o status da unidade paranaense
Com o processo de nacionalização, a fábrica deixa de depender de fornecedores estrangeiros de cabeçotes e passa a controlar integralmente etapas críticas da motorização. Internamente, isso significa ganhos logísticos, redução de prazos e mais estabilidade na produção.
Na prática, a mudança reforça o centro paranaense como um hub de tecnologia da Horse para combustíveis sustentáveis, especialmente etanol, área na qual o Brasil é líder mundial. A companhia ainda opera um Centro de P&D especializado em flex-fuel, que realiza testes de emissões, durabilidade e consumo de combustível dentro do Complexo Industrial Ayrton Senna.
Investimento reposiciona a fábrica no cenário global
A planta de São José dos Pinhais, que já produziu mais de 5 milhões de motores desde 2001, deve ganhar relevância adicional no ecossistema internacional da Horse, que reúne oito fábricas e três centros de I&D distribuídos em sete países.
Com a modernização, o Brasil passa a assumir uma fatia maior da produção de motores estratégicos, como os HR10 e o Turbo Flex HR13, reforçando o papel do Paraná como polo tecnológico da companhia na América Latina.
Como destacou o governo estadual durante a assinatura do protocolo, a soma de investimentos desde 2023 ultrapassa R$ 800 milhões, consolidando a fábrica como referência global da empresa em motores flex e híbridos.
Expectativas de geração de emprego no Paraná
Apesar de a Horse Brasil não ter divulgado números atualizados sobre contratações futuras, a ampliação da planta já alimenta expectativas positivas no mercado paranaense. Especialistas do setor apontam que investimentos dessa magnitude costumam gerar mais de 700 empregos diretos.
A modernização das linhas, a futura operação da fundição de cabeçotes e a nacionalização de componentes tendem a ampliar a demanda por serviços de usinagem, logística, ferramentas e tecnologia industrial. Com isso, fornecedores locais já observam movimentos de reorganização interna para atender possíveis aumentos de volume nos próximos anos.
Paraná Competitivo continua sendo peça central da expansão
A ampliação conta com apoio do Paraná Competitivo, que tem sido determinante para atrair investimentos industriais de média e alta complexidade tecnológica. O programa oferece incentivos fiscais dentro das regras legais, sem renúncia fiscal, e tem sido um dos principais motivos para o forte fluxo de capital industrial no Estado desde 2019.
Para a Horse, o modelo assegura previsibilidade e segurança jurídica, dois fatores considerados cruciais para viabilizar a nacionalização da produção de cabeçotes e a introdução das novas linhas de motores.