
Uma casa de contêiner construída no condomínio “Pousada do Paranapanema”, na BR-317, virou a atração do local. O loteamento fica em Santo Inácio (cerca de 90 quilômetros de Maringá), às margens do Rio Paranapanem. O imóvel, que pertence à uma família de Maringá, levou cerca de 90 dias para ficar pronto.
A casa foi construída com apenas dois contêineres, de 12 metros cada (40 pés). No pavimento superior, há três quartos e um banheiro. No térreo, fica a sala de TV, área gourmet, mais um banheiro e um depósito, além da piscina e jacuzzi.
“Desde que começaram a aparecer obras de contêiner, eu me interessei. E minha esposa sempre teve vontade de ter um ‘refúgio’, então achamos um terreno na Pousada Paranapanema e compramos. Foi quando falei para ela: não quero uma obra tradicional, quero algo diferente, quero fazer em contêiner. Levei ela para conhecer o contêiner e ela gostou muito, então contratamos a Carol, arquiteta. Foi uma obra rápida e, se fosse uma obra tradicional, para atender tudo o que a gente queria, talvez custaria o dobro. […] Virou a atração do condomínio, o tempo inteiro tem gente parando para olhar”, relatou o proprietário da casa, João Moacyr Mayo Filho, 44 anos.
De acordo com a arquiteta e urbanista Caroline Carnaúba, responsável pelo projeto, obras em contêiner são, de fato, mais baratas. “Tínhamos orçamento do projeto na alvenaria e no contêiner, e conseguimos baratear em torno de 20% no contêiner, então os clientes optaram por essa metodologia. Sem contar que não geramos nenhum tipo de resíduo, já que todos os contêineres foram reaproveitados”, detalhou em entrevista ao GMC Online.
E a casa atraiu olhares desde o início da obra, em setembro do ano passado, segundo a arquiteta. “Quando levamos os contêineres, foi uma atração no condomínio, todos paravam para ver. Nosso maior desafio foi colocar os contêineres dentro do terreno, porque a rua do condomínio era um pouco estreita e tinha árvores e postes na frente, além de construções dos dois lados, então tivemos que ir aos pouquinhos”, relatou.
Os contêineres foram comprados em uma empresa especializada no ramo de fabricação, comercialização e desenvolvimento de projetos com contêiner, localizada em Paiçandu. Segundo a arquiteta, eles vieram praticamente prontos, inclusive com instalações elétricas. “O contêiner vem pronto, e a gente faz as conexões e um acabamento ou outro no local. Em 90 dias já estava tudo pronto e funcionando. Se fosse alvenaria, esse tempo seria só para fazer a fundação e erguer a casa”, explica Caroline. A construção foi finalizada em dezembro e, agora, a arquiteta está terminando o projeto de paisagismo.
No interior, o imóvel ficou semelhante a uma casa de alvenaria, com chão de porcelanato e gesso acartonado em alguns espaços. Em outros ambientes, as ondulações do contêiner foram mantidas. Além disso, o projeto inclui isolamento térmico. “Muitas pessoas me perguntam se a casa ficou quente, principalmente por estar em uma região que tem rio, que tende a ser mais quente. Mas não fica, porque trabalhamos com isolamento térmico na parte interna da residência e, além disso, ela tem bastante ventilação”, frisa a arquiteta.
Caroline Carnaúba já trabalhou em diversas outras obras de contêiner em Maringá e região, incluindo kitnets, lanchonetes, bibliotecas, academias e outras.