Casal paranaense triplica produção de tomateiros: ‘27,2 quilos por planta’
Uma colheita excepcional de tomates em Maria Helena, no Noroeste do Paraná, vem chamando a atenção do setor agropecuário e destaca a importância da atuação do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) – do Sistema Estadual de Agricultura (Seagri) – no fortalecimento da agricultura familiar. Com acompanhamento técnico especializado, um casal de produtores locais alcançou resultados considerados extraordinários para a cultura, superando a média nacional e até os melhores índices registrados em cultivo protegido (estufas e túneis).

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No Brasil, a produção média de um tomateiro fica em torno de 7 quilos por planta, e em estufas bem manejadas, rendimentos entre 12 e 13 quilos já são considerados muito bons. Em Maria Helena, no entanto, o produtor Leonel Soares de Lima e sua esposa conseguiram a proeza de 27,2 quilos por planta – um feito classificado como extraordinário por profissionais da área.
“O bom resultado só foi possível com muito trabalho e confiança na orientação técnica do IDR-Paraná. Fizemos tudo certinho e aconteceu melhor que o esperado. Ter uma colheita tão boa é a realização de um sonho”, afirma Leonel. “Plantamos tomates em estufa há quatro anos, mas a quantidade de tomates por pé desta vez nos surpreendeu”, conta Tânia.
De acordo com o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Marcio Nunes, a colheita registrada em Maria Helena reforça que resultados extraordinários no campo não acontecem por acaso, mas são fruto de políticas públicas bem direcionadas, da presença constante da assistência técnica e de um trabalho integrado entre o produtor e as instituições do Estado.
“Esse resultado mostra exatamente qual é o papel do Seagri. Ao apoiar o pequeno agricultor com orientação qualificada, incentivo à inovação e acesso a tecnologias adequadas, o Governo do Paraná contribui para aumentar a produtividade, reduzir custos e garantir mais renda no bolso do produtor rural, fortalecendo a agricultura familiar”, destaca.
A estufa de 1.000 m² do sítio produziu 1.240 caixas de tomate, cada uma com 22 quilos, após oito meses e meio de cuidados. Esse ciclo já seria longo para uma estufa, pois o período normalmente gira em torno de cinco meses, mas o investimento em manejo avançado permitiu estender o cultivo e explorar ao máximo o potencial dos tomateiros. O resultado desafia os limites conhecidos da cultura e se consolida como referência para outros produtores.
Esse desempenho foi alcançado com acompanhamento do engenheiro agrônomo Carlos Alberto Diorio, do IDR-Paraná. Ele conta que o trabalho seguiu uma estratégia: foi feita a correção da acidez do solo, adubação ajustada às reais necessidades da cultura, fertirrigação e manejo nutricional equilibrado, usando sais minerais ao invés de formulações prontas. Ele explica que a escolha dos sais permitiu maior controle do equilíbrio nutricional das plantas, resultando em mais eficiência e produtividade elevada.
“O manejo fitossanitário também foi conduzido de forma racional, com redução de custos e controle de pragas e doenças, contribuindo para produzir alimentos seguros. Cada etapa foi fundamental para garantir que as plantas expressassem todo o potencial produtivo”, diz.
Ao longo do ciclo de produção, os desafios foram constantes: temperaturas baixas, ocorrência de oídio (tipo de fungo) e forte pressão de mosca-branca. Ainda assim, o monitoramento permanente do casal e as intervenções com embasamento técnico, garantiram a sanidade da lavoura. As plantas tiveram de ser conduzidas com duas hastes, amarradas em fitilhos de plástico até o arame superior da estufa, fixado a 3,5 metros de altura. O peso excessivo dos tomateiros exigiu, inclusive, o reforço da estrutura da estufa com bambus instalados a cada três metros.
Além de uma lavoura de encher os olhos, o resultado também foi positivo para encher o bolso. Com preço médio de R$ 76,80 por caixa, a produção gerou cerca de R$ 92.160,00 em receita bruta. Descontados os custos de produção, estimados em R$ 18 mil, o lucro chegou a aproximadamente R$ 73 mil.
“Agora, nossa ideia é aumentar o tamanho da estufa em 500 m², no ano que vem, incrementando a produção de tomates. E para isso também vamos pedir a orientação do técnico do IDR-Paraná”, ressalta Leonel Soares de Lima.
