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11 de setembro de 2024

‘Chuva preta’ pode atingir o Paraná nesta semana; saiba onde e quando


Por Felippe Gabriel Publicado 11/09/2024 às 17h37
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Em decorrência da nuvem de fumaça que se espalhou por todas as regiões do Brasil nas últimas semanas, o fênomeno chamado ‘chuva preta’ pode atingir o Paraná ainda nesta semana. A fumaça, proveniente das queimadas e do período de seca no país, aliada à frente fria que se aproxima do estado são as causadoras da ‘chuva preta’, que foi registrada na região pela última vez em 2020.

Ao GMC Online, o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) confirmou que o fenômeno pode atingir, com maior probabilidade, os municípios do oeste e noroeste paranaense — região de Maringá — , entre a noite desta sexta-feira, 13, e o sábado, 14. Neste momento, as regiões indicadas enfrentam focos de incêndio e por isso estão mais suscetíveis à ‘chuva preta’.

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Foto: Ilustrativa/Brigipix/Pixabay

O que é

O professor de geografia João Cláudio Alcântara, do Centro Universitário Integrado de Campo Mourão, explica o que é o femômeno em entrevista à CBN Maringá. “Quando você tem uma atmosfera muito poluída com essas queimadas, então você tem grandes partículas de poluentes com carbono, poluentes que vêm da queima de combustíveis fósseis na atmosfera. Quando ocorre a passagem de uma frente fria, igual está acontecendo agora, […] essa fuligem das queimadas vai se misturar com a umidade que vem da atmosfera, causando essa precipitação. Seria aquela chuva que a água vem com uma cloração mais escura, devido a essas partículas de queimadas que estão em suspensão da atmosfera”, explica.

De acordo com o Simepar, a ‘chuva preta’ trata-se de um fenômeno visual e químico, que só acontece próximo à fonte emissora de tal poluição. A empresa metereológica ainda destaca que frente fria que vai atingir o Paraná irá limpar a atmosfera temporariamente, incorporando as partículas poluentes e as arrastando para o Atlântico.

Prejudicial à saude

A ‘chuva preta’ pode ser prejudicial à saúde, principalmente para aquelas pessoas com problemas respiratórios. “A tendência é que se você já tem uma atmosfera muito poluída e, então, uma umidade relativa do ar muito baixa, o sistema respiratório é atingido. Assim, é comum que as pessoas que têm bronquite, asma, sinusite sofram uma consequência maior desse fenômeno. Se a chuva está acontecendo e esse ar, essa poluição, chega aqui próximo da população, ele pode prejudicar nesse sentido. E existem casos que até problemas cardiovasculares ela pode causar”, afirma o professor João Cláudio Alcântara, destacando que a agricultura também é prejudicada pela chuva preta.

“Quando ocorre uma chuva dessas, com partículas com excesso de carbono e até alguns elementos considerados tóxicos, essa água atinge o solo, então ela pode se misturar ali com outros componentes químicos que o solo tem, levando a uma contaminação desse solo, uma alteração de PH e também contaminar até os recursos hídricos. Se a gente for ver a agricultura, é a atividade econômica no mundo que mais consome água. Então, é bastante preocupante e sério quando a gente trata de uma eventualidade dessas”, completa.

A chuva contaminada com poluentes também pode gerar impactos visíveis no ambiente urbano. “Ela pode deixar uma camada de sujeira nas superfícies, como prédios, veículos e infraestrutura, o que pode levar à degradação dos materiais e aumentar os custos de manutenção”, afirma a MetSul.

Rio Grande do Sul foi atingido pela ‘chuva preta’

Desde a semana passada, já foram registrados dois casos de precipitação de chuva com poluentes no Rio Grande do Sul. O primeiro aconteceu entre quarta-feira, 4, e quinta-feira, 5, em decorrência da fuligem das queimadas na Floresta Amazônica.

Nesta terça-feira, 10, mais uma vez o fenômeno pôde ser visto no estado gaúcho. Municípios como Arroio Grande, São Lourenço do Sul, Pelotas e São José do Norte, na região sul do Rio Grande do Sul registram a ‘chuva preta’.

O Brasil tem enfrentado um recorde de incêndios e seca nas últimas semanas, o que fez uma nuvem de fumaça se espalhar praticamente por todas as regiões do País. A cidade de São Paulo tem atingido níveis recorde de poluição e o governo orienta o uso de máscaras e evitar atividades ao ar livre. Quase todo o Estado está sob alerta para o risco de novas queimadas.

O tom alaranjado do sol, visto nas últimas semanas em diversas regiões do Brasil, também se deve a essas partículas de fuligem. “Esse material particulado transportado pelo vento sofre refração dos raios solares no nascer e no pôr do sol, e acaba espalhando a luz mais vermelha, mais alaranjada, que vemos em torno do sol. Isso é o contato dos raios solares com aquelas nanopartículas de fuligem e de fumaça”, disse a meteorologista Estael Sias, da MetSul, ao Estadão.

Com informações da Agência Estado e CBN Maringá.

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