Ciclista percorre mais de 650 km em aventura pelo Paraná
As belezas naturais dos Campos Gerais foram cenário da jornada feita em janeiro pelo ponta-grossense Billy Joy Ribeiro Vinticinco. De bicicleta, o morador da Vila Marina percorreu mais de 650 quilômetros e visitou sete cidades da região. A aventura, que durou 16 dias, foi registrada em vídeos e fotos e deve se tornar uma série documental.
A conexão de Billy com a bicicleta começou ainda na infância. O que antes era apenas um meio de transporte para ir à escola se tornou um sinônimo de aventura, resiliência e aprendizado. Em 2015, o ponta-grossense se aproximou do mountain bike, modalidade praticada em terrenos irregulares e com obstáculos.
Desde então, a vontade de viajar de bike começou a crescer. No entanto, faltava experiência, equipamento e condicionamento físico. Formado em Turismo pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Billy teve a oportunidade de participar de um programa de pesquisa do serviço florestal nos Estados Unidos.
Os trabalhos foram realizados entre 2022 e 2024 e garantiram que o aventureiro conhecesse mais sobre o cicloturismo, além de adquirir os equipamentos necessários para prática. Ao retornar para o Brasil no ano passado, Billy começou a planejar a viagem pelos Campos Gerais. “Nossa região é legal para essa prática. Além da geografia contribuir para uma boa resistência dos ciclistas, ainda há muitas estradas rurais e comunidades”, aponta.
PLANEJAMENTO
Além de chamar a atenção para a região, o ponta-grossense desejava fazer algo que ninguém fez: uma rota circular, no sentido anti-horário, saindo de Ponta Grossa e retornando para a cidade. No cicloturismo, o trajeto costuma ser linear, com deslocamento do ponto A ao ponto B.
O planejamento de Billy focou em garantir que o viajante tivesse um local para dormir todos os dias, como campings ou pousadas. Os planos também previam o acesso a locais para reabastecer o estoque de alimentos. Além da questão logística, o ciclista também realizou treinos específicos para condicionamento físico. Inclusive, com o acompanhamento de personal trainer.
Antes de colocar o pneu na estrada, também foi necessário organizar os itens que seriam levados. “O espaço na bike é limitado. Não dá para carregar muito peso, o que pode gerar desgaste”, explica Billy. Em uma mochila e diferentes bagageiros, foram transportados barraca, travesseiro, bolsa de hidratação, peças de roupa, tênis, comida, kit reparo, manta térmica, capa de chuva, medicamentos, entre outros objetos.
A VIAGEM
Após sair de Ponta Grossa, Billy Joy visitou as cidades de Palmeira, São Luiz do Purunã, Irati, Imbituva, Prudentópolis, Tibagi e Piraí do Sul. Ao todo, foram 654 quilômetros pedalados, o que corresponde a quase 41 horas em cima da bicicleta.
Essa foi a primeira viagem de longa duração e distância feita pelo ponta-grossense. Ao longo do trajeto, o aventureiro teve a oportunidade de visitar dezenas de comunidades rurais, como o Passo do Pupo, Cercado e Witmarsum, além de conhecer diversos atrativos turísticos da região.
“Minha intenção era fazer isso por mim, para trabalhar meu corpo e minha mente, e também para valorizar a região e mostrar que a gente pode trabalhar em prol do cicloturismo nos Campos Gerais”, ressalta o ponta-grossense.
O plano ousado tinha duração prevista de 18 dias, que se tornaram 16. Por medida de segurança, o deslocamento entre Prudentópolis e Tibagi foi feito de ônibus. A mudança no planejamento ocorreu por conta da incerteza sobre a condição das estradas e da navegação por GPS. “Às vezes, você vai parar em uma estrada rural desativada ou dá de cara com uma porteira”, relata.
Na passagem por rodovias da região, o ponta-grossense também precisou enfrentar a falta de respeito de alguns motoristas. Mesmo usando roupas coloridas e colete refletivo, os motoristas buzinavam e não respeitavam o espaço adequado.
Billy explica que o cicloturismo ainda está em desenvolvimento nos Campos Gerais, o que resulta em uma série de dificuldades e encarece a jornada. Outro desafio citado é a falta de locais para descanso, higiene e reposição de alimentos. Em algumas cidades, foi necessário pagar hospedagem. Em outras, foi possível parar em comunidades e na casa de amigos.
RESULTADO
Billy vê sua primeira viagem de longa distância e duração como uma oportunidade de aprendizado interno. O aventureiro lembra que, na constante correria do dia a dia, as pessoas sempre estão em busca de conforto. No entanto, nem sempre essa busca se reflete em felicidade.
“Quando acontece algum problema ou imprevisto, a gente reage a quente, se abala. Precisamos de algo que nos tire disso. Para mim, esse escape é a aventura. Quando você exercita o corpo e a mente, você os deixa preparados para as diferentes situações da vida”, afirma o ciclista, que vê aventuras como esta como geradoras de resiliência e resistência.
FUTURO
A jornada feita por Billy Joy poderá ser acompanhada futuramente através de uma série documental de quatro episódios. Ao longo dos 654 quilômetros percorridos, o viajante registrou fotos e vídeos dos locais por onde passou.
O material será publicado em seu canal no YouTube, o Homo Journey, onde já estão disponíveis vídeos de outras viagens realizadas nos Estados Unidos. A previsão é que a produção audiovisual gravada nos Campos Gerais seja publicada ainda no primeiro semestre.
Após a jornada na região, o morador da Vila Marina pretende fazer outras aventuras, inclusive fora do país, pedalando e caminhando. Porém, Billy esclarece que isso deve levar um tempo, já que será necessário conseguir apoio e orçamento. “Vou continuar trabalhando para isso. Tenho 35 anos, mas me sinto um garoto e os sonhos são grandes”, finaliza.
As informações são da aRede.
