Cidade do Paraná com 9,5 mil habitantes recebe fábrica de R$ 612 milhões; produção já começou
A pequena São Jorge D’Oeste, município paranaense com 9.587 habitantes, entrou oficialmente no mapa dos grandes investimentos da indústria de alimentos do Brasil. O Grupo Piracanjuba afirmou ao GMC Online, que iniciou nesta semana a produção de mussarela na nova fábrica instalada na cidade. O início das operações marca um avanço estratégico para a empresa e um impulso significativo para a economia regional.

A fábrica, que receberá um investimento total de R$ 612 milhões com apoio do programa Paraná Competitivo, será uma das maiores produtoras de queijos do país. Nesta primeira fase, já em operação, a planta está produzindo mussarela em barra — o queijo mais consumido no Brasil — ampliando a capacidade produtiva da Piracanjuba e fortalecendo sua competitividade nos mercados do Sul e Sudeste. Segundo a empresa, a unidade permitirá reduzir custos logísticos, encurtar rotas e melhorar a eficiência frente aos principais concorrentes.
- Entre no canal do GMC Online no Instagram
- Acompanhe o GMC Online no Instagram
- Clique aqui e receba as nossas notícias pelo WhatsApp
Além do impacto na cadeia produtiva, o complexo deve transformar o cenário econômico local: cerca de 250 empregos diretos serão gerados, com efeito multiplicador no comércio, serviços e setor agropecuário da região. Para o governo estadual, a instalação reforça o objetivo de atrair indústrias e agregar valor à produção rural.
“Nós temos uma empresa que começou muito pequena, uma empresa familiar, e que se tornou uma empresa grande que emprega mais de 4 mil pessoas. E aqui no Paraná temos que incentivar para que mais empresas possam vir para nosso estado”, disse em recente visita técnica ao local, secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Márcio Nunes.

Uma queijaria de nova geração
Com 54 mil metros quadrados de área construída e capacidade para processar 1,37 milhão de litros de leite por dia, o empreendimento se destaca pelo modelo industrial integrado. No mesmo complexo onde serão produzidas 39,4 mil toneladas anuais de mussarela e 7,9 mil toneladas de manteiga, a empresa instalará duas plantas anexas para transformar o soro de leite — subproduto da produção de queijos — em produtos de alto valor agregado.
A partir do soro de leite, efluente da produção de queijos, o Grupo Piracanjuba produzirá até 6 mil toneladas ao ano de whey protein e até 14,8 mil toneladas anuais de lactose em pó. Segundo a empresa, a construção das duas plantas em uma mesma unidade traz ganhos de escala, sendo a primeira queijaria de grande porte no Brasil que já nasce planejada e integrada em um mesmo parque industrial.
Trata-se de um movimento pioneiro no Brasil. O objetivo é diminuir a dependência de importação dos produtos, que têm aplicações que vão desde a nutrição até produtos farmacêuticos e cosméticos, e que hoje gira em torno de 85% e US$ 54 milhões na balança comercial brasileira. Os outros 15% são de produção nacional, com poucas indústrias produzindo whey protein em pó em suas várias concentrações. Os dados são dos ministérios da Agricultura e Pecuária e de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviço, de 2023.
