14 de maio de 2025

Cidade do Paraná com 9,5 mil habitantes vai ganhar fábrica de R$ 612 milhões; conheça o investimento miliorário


Por Redação GMC Online Publicado 25/04/2025 às 13h43
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A pequena cidade de São Jorge d’Oeste, no sudoeste do Paraná, com pouco mais de 9,5 mil habitantes, está prestes a se transformar em um importante polo industrial do setor de laticínios no Brasil. O motivo é a chegada de uma megafábrica do Grupo Piracanjuba, que está investindo R$ 612 milhões na construção de uma unidade com capacidade de processar 1,2 milhão de litros de leite por dia. Estima-se a geração de 250 empregos diretos graças à nova fábrica.

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Foto: Divulgação/Piracanjuba

O projeto, que começou a ser erguido em 2021, deve ter sua primeira fase inaugurada ainda neste ano. A fábrica ocupará mais de 54 mil metros quadrados e será a primeira queijaria de grande porte do Brasil planejada desde o início para integrar, no mesmo complexo, a produção de queijo muçarela e manteiga com a fabricação de whey protein (concentrados e isolados proteicos do soro do leite) e lactose em pó.

Fábrica da Piracanjuba terá foco em inovação e sustentabilidade

O projeto é financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com R$ 499 milhões aprovados no início do ano por meio do Programa BNDES Mais Inovação (R$ 277 milhões) e da linha FINEM – Incentivada B (R$ 222 milhões). A planta industrial terá capacidade para produzir até 39,4 mil toneladas de muçarela ao ano, além de 7,9 mil toneladas de manteiga.

A grande inovação está nas duas linhas de produção anexas que vão aproveitar o soro de leite, efluente da produção de queijo, para fabricar produtos de alto valor agregado: serão 6 mil toneladas por ano de whey protein e 14,8 mil toneladas anuais de lactose em pó.

Além de aumentar a eficiência e reduzir custos, o modelo integrado evita o transporte do soro entre diferentes unidades, o que reduz significativamente as emissões de carbono. Esse conceito, já adotado nos Estados Unidos e na Europa, coloca São Jorge d’Oeste na vanguarda da indústria láctea mundial.

Produção nacional de whey protein ganha reforço estratégico

O Brasil é o terceiro maior produtor de leite do mundo, mas importa cerca de 85% do whey protein consumido internamente, segundo dados do Sistema PGA SIGSIF do Ministério da Agricultura e Pecuária e da COMEXSTAT – MDIC, de 2023. Apenas 15% do mercado nacional é atendido por indústrias brasileiras.

Com a entrada em operação da nova fábrica da Piracanjuba, essa realidade deve começar a mudar. O whey protein e a lactose em pó produzidos na planta de São Jorge d’Oeste terão diversas aplicações, desde nutrição esportiva e hospitalar até uso em medicamentos e cosméticos, gerando valor agregado e fortalecendo toda a cadeia produtiva do leite nacional.

Com informações da assessoria e AEN

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